3 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Alagoas

Mancha de óleo atinge foz do Rio São Francisco

Primeiros relatos da presença de óleo na região Nordeste foram confirmados no dia 2 de setembro

Manchas de óleo foram encontradas em trechos da foz do Rio São Francisco, no município de Piaçabuçu, em Alagoas. A informação foi confirmada por equipes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis em Alagoas (Ibama-AL) e da Marinha do Brasil, que estavam no local para realizar vistoria.

O secretário de Meio Ambiente e Turismo de Piaçabuçu, Otávio Augusto, informou que, além das manchas, duas tartarugas foram localizadas sem vida cobertas de óleo.

Nesta terça-feira (8), durante sobrevoo e incursão por terra na região, órgãos ambientais constataram que as manchas de óleo ainda não afetaram o leito do Rio São Francisco. Foram encontradas manchas esparsas e foi verificado que as prefeituras têm feito a limpeza dos locais atingidos.

Os primeiros relatos da presença de óleo na região Nordeste foram confirmados no dia 2 de setembro, mas até agora sua origem permanece um mistério. De acordo com o Ibama, 132 localidades em nove estados já foram atingidas.

Números

A iniciativa do sobrevoo na região aconteceu após deliberações feitas durante a reunião que aconteceu na segunda-feira (7), com a participação de representantes da Semarh, IMA, órgãos ambientais dos municípios de Piaçabuçu, Jequiá da Praia e Maceió. Outra importante deliberação foi o apoio do Estado aos municípios para a retirada do óleo.

O relatório atualizado pelo Ibama em 07/10 apresenta ainda o registro de ocorrência de 132 pontos afetados em todo o Nordeste. Segundo o documento, em Alagoas apareceram 14 pontos em 10 municípios, vista em praias do Litoral Norte ao Litoral Sul, sendo em consistência diferente e maior concentrada. Confira a lista de praias atingidas no Estado:

  • AL Piaçabuçu Oleada – Manchas
  • AL Piaçabuçu Oleada – Vestígios/Esparsos
  • AL Coruripe Oleada – Vestígios/Esparsos
  • AL Paripueira Oleada – Vestígios/Esparsos
  • AL Praia do Gunga Oleada – Vestígios/Esparsos
  • AL Praia do Gunga Oleada – Vestígios/Esparsos
  • AL Barra de Santo Antônio Oleada – Vestígios/Esparsos
  • AL Lot. Encontro do Mar Oleada – Vestígios/Esparsos
  • AL Barra de São Miguel Oleada – Vestígios/Esparsos
  • AL Praia do Francês Oleada – Vestígios/Esparsos
  • AL Praia do Carro Quebrado Oleada – Vestígios/Esparsos
  • AL Pajuçara/Ponta Verde Oleada – Vestígios/Esparsos
  • AL Praia de Japaratinga Oleada – Vestígios/Esparsos
  • AL Ipioca Oleada – Vestígios/Esparsos

Marinha

A Marinha, responsável pelas investigações sobre a origem do óleo que atinge praias em toda a região Nordeste, conta com cinco navios e uma aeronave para patrulhar a região em busca das causas do vazamento. O esforço envolve 1.583 e conta também com embarcações e viaturas das Capitanias dos Portos estaduais.

E os esforços batem com o tamanho da frota: investigando a ocorrência, um inquérito da Marinha classifica como “inédita” o derramamento “atinge grande parte de nosso litoral”.

A Polícia Federal vem atuando na área criminal e o Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) coordena os trabalhos de recolhimento das borras de petróleo.

Praia da Coroa do Meio, Aracaju

Entre as hipóteses investigadas estão naufrágio ou derramamento acidental do petróleo. Por outro lado, são consideradas remotas as possibilidades de vazamento de petróleo do subsolo ou lavagem de tanque em navios, diante do volume de óleo recolhido nas praias atingidas.

Neste momento, a hipótese considerada mais provável é que o óleo tenha vazado de um navio que passava ao largo da costa brasileira. Mas o presidente Bolsonaro afirmou nesta terça não descartar ação criminosa.

“É um volume que não está sendo constante. Se fosse um navio afundado, estaria saindo ainda óleo”. Jair Bolsonaro, presidente.

As investigações sobre a origem são “reservadas” e nenhum país será acusado para evitar problemas caso as primeiras informações não se confirmem.