O constrangimento que os generais com cargos no governo têm passado nos últimos tempos é algo que jamais alguém poderia imaginar.
Constrangidos e calados. Dentro da velha máxima do “peru calado vale um cruzado”. No caso específico, recebe. Afinal, há muitos deles que além dos cargos comissionados, seja ministro ou não, ainda recebem jetons das paraestatais do governo.
Agora imagine um general, como o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, ser cahamado de “mariafofoca” nas redes sociais pelo colega de ministério, Ricardo Salles, do Meio Ambiente.
Essa briga de agora envolve o pagamento de 1,4 mil fiscais do Ibama e do ICMBio, muitos deles militares que estavam apagando as queimadas na Amazônia e no Pantanal, e foram chamados de volta às suas bases pelo Ministério do Meio Ambiente, devido a problemas financeiros dos dois órgãos, comandados por Salles. Ramos teria dito que estava surpreso com a decisão do colega.
Ontem, quinta-feira, 23, em sua conta no Twitter, Salles, hoje conhecido no mundo inteiro como o devastador do meio ambiente, disparou contra o general Ramos: “Chega dessa postura de #mariafofoca”.
O @rsallesmma já tem que aturar a patota ambientalista, que não aceita perder suas boquinhas, e seus aliados na imprensa; agora vai ter que lidar com ministros fofoqueiros que levam intrigas para a mídia?! Deixem Salles em paz! https://t.co/JHedY6D2mF
— Rodrigo Constantino (@Rconstantino) October 23, 2020
O general Ramos se calou. Ele tem um salário no ministério de R$ 30,9 mil mensais. Mas, conseguiu com o ministro Paulo Guedes ser indicado como conselheiro do Sesc, o que lhe garante mais R$ 21 mil de jeton ao mês.
Mas, o ministro do Meio Ambiente já havia, em outra oportunidade, atacado o próprio vice-presidente, general Mourão, que reagiu o chamando de precipitado.
Quem também passou por forte constrangimento foi o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Outro general que levou reprimenda do presidente Jair Bolsonaro, publicamente, no caso da compra da CoronaVac.
Bolsonaro desfez a compra e disse a ele: “Quem manda sou eu”!
Meia volta, volver, era em outros tempos.