24 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Mulher de Arthur Lira ganha cargo de secretária-adjunta de governador bolsonarista

Angela Maria Lira já foi acusada de ser funcionária-fantasma na Assembleia Legislativa de Alagoas

Ser aliado do presidente Jair Bolsonaro, aparentemente, garante uma ajuda com indicação de cargos. E o caso da mulher de Arthur Lira, presidente da Câmara, poderia até passar como um infame “toma lá da cá”: ela um cargo estadual em Brasília de um dos governadores mais próximos de Bolsonaro.

Angela Maria Gomes de Almeida Lira foi nomeada em julho por Antonio Denarium, governador de Roraima, como secretária-adjunta da Representação Estadual no Distrito Federal. Denarium, ex-PSL e sem partido como Bolsonaro, participado de atos de cunho golpista no 7 de Setembro.

Seu salário líquido mensal é de R$ 14 mil e ela terá a função de interlocução com as diferentes instituições com as quais o governo se relaciona na capital federal.

O marido dela, Arthur Lira, vem barrando nos últimos meses a apreciação dos mais de cem pedidos de impeachment contra Bolsonaro. Angela Maria também já chegou a ser envolvida em uma acusação judicial contra seu marido na Assembleia de Alagoas, por suspeita de ser funcionária-fantasma.

Réu

Líder do centrão e forte aliado de Bolsonaro, Lira assumiu a presidência da Câmara como réu no STF e fora da linha de sucessão de Bolsonaro e Mourão.

Arthur Lira responde a oito investigações, sendo réu em inquérito no STF, acusado de receber R$ 106 mil de propina do então presidente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), Francisco Colombo.

Já na mira de ações penais no STF (Supremo Tribunal Federal), ele também passa por uma acusação enviada à Vara de Violência Doméstica do Distrito Federal, apresentado pela sua ex- mulher, mãe de seus dois filhos, Jullyene Cristine Santos Lins, em agosto do ano passado, ao STF.

Na petição, anexada a um processo em que Jullyene acusa Lira de injúria e difamação, ela afirma que “o medo a segue 24 horas por dia, pois sabe bem o que Lira é capaz de fazer por dinheiro”. Por outro lado, Lira diz que, ao longo do tempo, as denúncias da ex-mulher “mostraram-se infundadas”.

Jullyene diz que o deputado, com quem foi casada por dez anos, faz insultos não só contra ela, “mas também tentando diuturnamente promover o afastamento familiar dos filhos, principalmente o mais novo, com discursos de ódio e chantagens emocionais”. Cita o “enquadramento do querelado na Lei Maria da Penha e necessidade de proteção urgente” para ela e o seu atual companheiro.

O processo foi aberto em decorrência de outra ação de violência doméstica movida por Jullyene contra Lira, em que o deputado foi absolvido nove anos depois. Em 2006, ela apresentou queixa por lesão corporal contra o então deputado estadual à Polícia Civil.