2 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
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Na eleição do tampão na Assembleia há trabalho contra transparência e aposta na traição

Mas é assim: a traição na política enterra o princípio e abraça eufórica o resultado.

Paulo Dantas: um olho no peixe outro no gato

Se o debate das ideias já foi marcante na Assembleia Legislativa em décadas passadas, hoje, a exemplo do que acontece no âmbito nacional, isso é o que menos importa.

O conteúdo, a responsabilidade social e a ética deram lugar a birra e a picuinha no exercício parlamentar. O jogo de interesses pessoais, familiares e a futilidade têm pontuado de forma mais determinante entre os atores do Legislativo.

Entre tantas situações escancaradas que mostram bem essa realidade, a história do governador tampão de Alagoas é mais uma a ser exposta nesse nível de leviandade.

Imagine que os parlamentares vão escolher pelo voto em plenário o novo governador tampão, conforme estabelece a legislação específica. Essa eleição deverá ocorrer mediante voto nominal e aberto, e em escrutínios distintos: o primeiro, para o cargo de governador, e o outro para vice-governador, exigida maioria absoluta de votos, em primeiro escrutínio, e maioria simples, em segundo escrutínio, presente a maioria absoluta dos deputados.

Mas, há opositores ao processo que estão a pregar o voto secreto nessa causa. E por quê? Exatamente por que esperam que, às escondidas, a trairagem seja uma arma para derrotar o candidato mais forte, que hoje é o deputado Paulo Dantas.

Se existe essa possibilidade é por que alguém se vendeu ou está a esse ponto. Portanto, a transparência no processo não é conveniente para os interesses inconfessáveis de uns e outros tantos.

Mas é assim: a traição na política enterra o princípio e abraça eufórica o resultado.

E aí não vale o que a cabeça pensa, mas o que alma conturbada deseja.