A palavra “narrativa” é um substantivo feminino que, nesses tempos mais que sombrios, tem sido usada de forma enfadonha – repetidamente – e por muita gente que até desconhece o real significado.
Um romance, uma história, um conto ou uma série de TV, torna-se atraente ao público, geralmente, pela qualidade da narrativa criada pelo autor.
Atualmente, a narrativa trazida para o meio político é sinônimo de bizarrice. Principalmente quando os incautos não têm o que defender no contexto e apelam para a palavra “narrativa”, como se ali estivessem promovendo a melhor das argumentações.
Tempos estranhos. Onde a falta de conteúdo leva a argumentos rasos, a verborragia agressiva e, por conseguinte, doentia.
É bem verdade que o meio político desses tempos é devidamente identificado com a falta de qualificação. Isto é, não se constrói história ou relato, ao menos verossímil, mas a dita narrativa esdrúxula, alicerçada no ataque a quem pensa e vê descrição diferente.
Ora, todo lado tem uma narrativa. No entanto, há quem queira colocar a sua sempre muito acima da racionalidade e com o agravante do incentivo ao ódio a quem é visto como um suposto “inimigo”.
Aí, sem dúvida, é manchar o substantivo que não merece a retórica chifrin dos politiqueiros de então.