Não vai ser fácil para o futuro governo se livrar da farra do orçamento secreto. Pelo menos se depender do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL).
Dessa prerrogativa não se recua um milímetro, disse o deputado, depois de afirmar que “é errado retroceder”.
Lira se manifestou durante evento Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad).
O presidente da Câmara foi direto na questão:
“Nossa luta em Brasília é para que essas prerrogativas permaneçam, cresçam, para que se chegue ao limite constitucional e não se avance um milímetro disso e nem também se recue um milímetro.”
Ou seja, se não vai haver recuo, o futuro governo vai passar por perrengues ainda pior do que a gestão que se finda, que ficou completamente refém do Centrão.
O orçamento secreto tornou-se a galinha dos ovos de ouro da maioria dos parlamentares. E depois do seu exercício, na prática, durante a campanha eleitoral pode-se perceber que os efeitos, para quase todos, foram bombásticos.
Em Alagoas, por exemplo, além das emendas parlamentares a que cada um tem direito constitucionalmente, quem menos recebeu do orçamento secreto, sacou mais de R$ 50 milhões.
O próprio Lira destinou para si mais de R$ 492 milhões. O segundo mais bem aquinhoado em Alagoas com o orçamento secreto, segundo o Portal da Transparência, conforme divulgou O Globo, foi o deputado Marx Beltrão (PP) com R$ 105,3 milhões.
Assim, o processo eleitoral, com a força da grana que ergue, se revelou aos povos o poder concreto do secreto.