24 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

PF prende Governador do Rio

Pezão (MDB) teria recebido mais de R$ 25 milhões entre 2007 e 2015

Severino Silva/Agência O Dia/Estadão Conteúdo

Foi preso na manhã desta quinta-feira (29) o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (MDB), em operação da Polícia Federal dentro do Palácio das Laranjeiras, sede do governo fluminense.

O mandado foi expedido pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), sob a relatoria do ministro Félix Fischer, em nova fase da Operação Lava Jato.

O vice-governador do Rio, Francisco Dornelles (PP), assumirá o governo do estado. Não será a primeira vez: ele havia assumido o cargo em 2016, quando Pezão se afastou do cargo para tratar um câncer.

Boca de Lobo

O pedido de prisão preventiva foi feito pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge. De acordo com as investigações, “o governador integra o núcleo político de uma organização criminosa que, ao longo dos últimos anos, cometeu vários crimes contra a administração pública, com destaque para a corrupção e lavagem de dinheiro”.

O governador foi alvo de um dos nove mandados de prisão preventiva. A PF também cumpriu outros 30 de busca e apreensão dentro da operação “Boca de Lobo” no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.

Pezão teria recebido mais de R$ 25 milhões entre 2007 e 2015, segundo a PGR. A PGR pediu o sequestro de R$ 39 milhões de bens de Pezão, correção do valor para a economia de hoje.

Prisões

Luiz Fernando Pezão (MDB) é o quarto governador do Rio de Janeiro preso, e o primeiro detido durante o exercício do cargo na história recente do Rio. Antes dele, foram presos Sérgio Cabral, Rosinha Garotinho e Anthony Garotinho —Sérgio Cabral em decorrência de investigações da Lava Jato e o casal Garotinho por investigações da Justiça Eleitoral.

Desde 1999, quando Garotinho assumiu mandato como governador, apenas Benedita da Silva (PT) pisou no Palácio das Laranjeiras sem, posteriormente, pisar em alguma carceragem (vice de Garotinho, ela assumiu o cargo em 2002 e 2003, quando ele renunciou para se candidatar à Presidência).