17 de junho de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Planos de Saúde vão aumentar mensalidade para compensar custos de UTI para covid

Enquanto em março do ano passado um paciente custava R$ 34.200 em média, saltou para os R$ 97.300 de hoje

Com o tratamento dos casos graves de Covid-19, muito deles implicando em necessidade de internação de pacientes em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva), o custo de cada paciente de hospitais que atendem a convênios médicos quase triplicou, com aumento de 187%, desde o início da pandemia.

Os dados são resultado de uma pesquisa da FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), que reúne as 15 maiores operadoras do Brasil. A mesma entidade que defende o aumento destes custos deve encarecer as mensalidades dos planos médicos no ano que vem.

A FenaSaúde atribui o aumento do custo de internação ao “aumento da demanda [mais pacientes doentes], dos poucos fornecedores, aumento de custos logísticos, incertezas na economia brasileira e, principalmente, aumento do dólar”.

Os protocolos na UTI mudaram, medicamentos e procedimentos foram incorporados. Quando recomendado, o tempo de diálise, por exemplo, aumentou.

De acordo com o levantamento, um paciente infectado pelo coronavírus que precisou ser internado pelo convênio em UTI em março do ano passado custou R$ 34.200 em média. Esse valor foi crescendo ao longo dos meses até chegar ao pico de R$ 98.300 em agosto deste ano, com pequeno recuo em setembro. Agora um paciente internado em UTI custa aos planos R$ 97.300.

Pacientes

Além do aumento nos custos de internação, os beneficiários vêm acionando mais os convênios em 2021. São pacientes que deixaram de procurar ajuda médica em 2020 em razão da pandemia e que agora estão reagendando consultas, exames e cirurgias.

Segundo a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), o índice de “sinistralidade” —quando o paciente recorre ao plano— já supera o período pré-pandemia: ela foi de 79% em 2019, caiu para 76% em 2020 e agora é de 85%.

Graças a isso, diz a FenaSaúde, as despesas das operadoras passaram de R$ 77,5 bilhões, nos seis primeiros meses de 2020, para R$ 96,9 bilhões no mesmo período deste ano, um crescimento de 25%.