É estranho e muito estranho saber que vereadores de Maceió se mobilizaram na tentativa de interferir junto a Procuradoria Geral de Justiça no processo eleitoral dos conselhos tutelares.
A interferência só prova que os políticos reafirmam a ação de consolidar os conselhos como biombos eleitorais dos seus próprios interesses.
Hoje, o que se sabe, é que grande parte dos conselheiros – pelo menos na terra alagoana – é transformada em cabo eleitoral de políticos, na velha concepção do “é dando que se recebe”.
A instituição do Conselho Tutelar surgiu em 1990, dentro do arcabouço do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Mas, logo os políticos se apropriaram do mecanismo, financiando e seduzindo candidatos, que, uma vez eleitos, passam a ter mandatos de 3 anos.
Quem financiou cobra e passa a ter um cabo eleitoral. Lamentavelmente, o olhar das autoridades deixou a desejar em vários momentos.
O Ministério Público conhece bem esse enredo.
Esta ideia de é dando que se recebe que existem conselheiros tutelares “amarrados” com seus financiadores, e onde fica a principal atribuição? Em algumas situações quem manda é gestor do município. Em outras os conselheiros trabalham por gostar do que faz, as vezes ganham menos de um salário, não tem carro, o telefone de uso é o pessoal e as condições do conselho “predio” é difícil para trabalhar. Em outras situações alguns conselheiros tem todas as condições e não trabalha como deve.