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A Precisa Medicamentos, empresa que está no centro das suspeitas envolvendo a compra da vacina indiana Covaxin, teve um salto em seus negócios no governo do presidente Jair Bolsonaro, na ordem de 6 mil por cento.
Antes dele, a firma havia assinado apenas um contrato, de R$ 27,4 milhões, para fornecer preservativos femininos ao Ministério da Saúde.
Agora, desde 2019, primeiro ano de Bolsonaro, a Precisa intermediou acordos que somam R$ 1,67 bilhão. No atual governo, o empresário Francisco Maximiano, dono da Precisa, também ganhou acesso a ministérios, ao BNDES e à embaixada do Brasil na Índia.
Flávio Bolsonaro, o cara
Foi o próprio filho mais velho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), o responsável por abrir as portas do BNDES ao empresário. Após a revista Veja revelar que o Zero Um intermediou uma reunião de Max, como é conhecido em Brasília, com o presidente do banco público, Gustavo Montezano, o senador admitiu ter “amigos em comum” com o dono da Precisa. Flávio Bolsonaro é considerado o cara dos negócios com a Precisa e o líder do governo, Ricardo Barros, apontado como sócio da empresa.
Na sexta-feira passada, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) afirmou à CPI da Covid no Senado que Bolsonaro atribuiu a Barros “os rolos” envolvendo a compra da vacina Covaxin. O líder do governo admitiu ontem ter sido citado pelo presidente, mas atribuiu a menção ao outro contrato suspeito envolvendo sua gestão no ministério.
O ex-ministro da Saúde, Ricardo Barros, e a Precisa respondem a inquérito no Ministério Público, há 3 anos, por que Francisco Maximiniano, o dono da Precisa, recebeu R$ 20 milhões do Ministério da Saúde por medicamentos de alto custo que nunca foram entregues. O fato ocorreu quando Barros era o Ministro a Saúde de Michel Temer.