16 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Prisão preventiva é mantida e Crivella vai para presídio no Rio

MP-RJ estima que a organização chefiada pelo prefeito arrecadou mais de R$ 50 milhões com o suposto esquema de corrupção

Marcelo Crivella (Republicanos), prefeito afastado do Rio preso preventivamente na manhã desta terça (22), será conduzido para o presídio de Benfica, na zona norte carioca, após participar de audiência de custódia no TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio) conduzida pela desembargadora Rosa Helena Penna Macedo Guita.

Rafael Alves, Mauro Macedo e Christiano Stockler Campos, apontados pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio) como integrantes do chamado “QG da Propina”, suposto esquema de pagamentos para liberação de contratos da Prefeitura do Rio, também serão levados para a unidade prisional.

Depois de ingressarem no presídio de Benfica, porta de entrada do sistema prisional, eles serão conduzidos para o Complexo de Gericinó, em Bangu, na zona oeste do Rio. Lá, a Seap (Secretaria de Administração Penitenciária) determinará para quais unidades eles serão encaminhados, levando em consideração quem tem nível superior.

Outros dois suspeitos, que estão com sintomas compatíveis com a covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, serão levados para o hospital penitenciário Hamilton Agostinho e ouvidos amanhã por videoconferência.

Esquema milionário

O MP-RJ estima que a organização chefiada por Crivella arrecadou mais de R$ 50 milhões com o suposto esquema de corrupção. De acordo com a decisão assinada pela desembargadora Rosa Helena Penna Macedo Guita, o grupo se referia a Crivella pelo codinome “zero um”, em alusão à liderança que possuía no esquema.

Crivella foi preso na manhã de hoje em uma operação conjunta do MP-RJ e da Polícia Civil. Ele também foi suspenso das funções públicas, segundo determinação do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro). Com isso, está afastado do cargo, a nove dias do fim do mandato.

Os investigados respondem pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva. A desembargadora Rosa Helena afirmou que Crivella tinha um “voraz apetite pelo dinheiro público” que não se limitou à sua gestão no comando da administração municipal.

Crivella afirma ser vítima de perseguição política.