O tempo, de repente, ficou turvo para o ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, rifado pelo governo para abafar o escândalo da Covaxin, a vacina da India com 1000 por cento de superfaturamento.
Salles agora se queixa a seus amigos que foi abandonado por Bolsonaro. Foi inclusive aconselhado pelos “parças” a sair do Brasil, apesar dos processos que estão na Justiça contra ele.
Mas, aí é que o caldo engrossa. Diante da possibilidade dele fugir do País, como fizeram outros membros e apoiadores do atual governo após os malfeitos revelados, um grupo de parlamentares decidiu pedir no Supremo Tribunal Federal (STF) a apreensão do passaporte do ex-ministro.
Na fundamentação da solicitação encaminhada ao STF, os parlamentares disseram que a retenção do passaporte é para garantir que sejam resguardadas e levadas a efeito as diligências indispensáveis ao Inquérito aberto na Petição 8.975/DF, dos senadores, Randolfe e Contarato, dos deputados Joenia Wapichana e Alessandro Molon contra Ricardo Salles por ocasião do vídeo gravado na reunião ministerial no dia 22 de abril de 2020.
Nesse vídeo, o ex-ministro sugere aproveitar que as atenções estavam voltadas para a pandemia para “passar a boiada” na política ambiental brasileira.
Neste caso específico o procurador da República, Augusto Aras, na ânsia de ser indicado para a vaga do ministro Marco Aurélio Mello, no STF, tratou logo de pedir o arquivamento do inquérito contra Salles. Beneficiando Salles, Aras, assim, fazia um agrado ao Planalto.
Mas, esse mesmo inquérito foi reaberto recentemente devido a novos fatos ligados à exploração e à exportação ilegal de madeira em que o ex-ministro Salles se envolveu pessoal e institucionalmente. A própria Polícia Federal apresentou o pedido solicitando o desarquivamento e medidas cabíveis para a continuidade da investigação.
Nesse esquema da importação de Madeira, Salles é acusado de ter faturado, via escritório da mãe, mais de R$ 1,3 milhão.
Ou seja, Salles, dentro do governo, foi flagrado num esquema de corrupção pesado.
Agora, fora dele, está prestes a acompanhar o retorno da “boiada”.