17 de junho de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Romário e vice do Flamengo são investigados pela PF e MPF por esquema de corrupção

Políticos do PL são acusados por empresário de desvios praticados na Secretaria Municipal de Esportes do Rio

O senador Romário (PL-RJ) e o vereador Rio Marcos Braz (PL-RJ), que é vice-presidente de futebol do Flamengo, se tornaram alvos de investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.

Eles foram apontados em delação premiada, ao qual o Uol teve acesso, por estarem envolvidos em um suposto esquema de desvio de dinheiro de projetos de esportes da Prefeitura do Rio de Janeiro.

O inquérito foi aberto no início deste mês no STF (Supremo Tribunal Federal) para averiguar indícios de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Sigiloso, o inquérito tem relatoria do ministro Kassio Nunes Marques, indicado para uma vaga no STF pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O senador e o vereador são do mesmo partido.

A base para as investigações é um anexo da delação premiada do empresário Marcus Vinícius Azevedo da Silva, que foi preso em 2019 acusado de participar do desvio de recursos de projetos sociais do governo e da Prefeitura do RJ.

Ele assinou com a PGR (Procuradoria-Geral da República) em 2020 um acordo de delação premiada, cujos termos e conteúdo estão em sigilo. Depois, Marcus Vinícius passou a responder ao processo em liberdade.

Delação

Segundo o delator, Braz era o responsável pelo recolhimento de valores desviados no esquema que envolveu uma ONG para “favorecimento ilícito de Romário”.

O esquema envolvia a Secretaria Municipal de Esportes do Rio. O delator afirmou que os pagamentos ocorreram durante a passagem de Braz pelo comando da pasta, cargo para o qual foi indicado por Romário e onde permaneceu entre janeiro de 2015 e março de 2016.

Os contratos com ONG estão sendo investigados e o MPF pediu informações à Prefeitura do Rio sobre contratos assinados por Braz com o Cebrac (Centro Brasileiro de Ações Sociais para Cidadania), no valor total de R$ 13 milhões, para a gestão de vilas olímpicas (espaços para prática de esportes).

Outro lado

Questionado pela imprensa, Braz afirmou estar “surpreso” e disse, através de assessoria, que não iria se manifestar. Já o senador Romário afirmou que tudo não passam de “narrativas”, mas que também não se responsabiliza pelas ações de Marcos Brás.