O presidente Jair Bolsonaro marcou uma reunião no Palácio do Planalto na tarde desta terça-feira (12) com o grupo de deputados bolsonaristas do PSL para informar que decidiu deixar a sigla. No encontro, ele deve comunicar que pretende ficar, pelo menos no curto prazo, sem partido.
Uma decisão do Supremo Tribunal Federal garante que prefeitos, senadores, governadores e presidente que mudarem de partido sem justa causa não percam o mandato.
A tendência é que o presidente anuncie processo de coleta de assinaturas para a formação de uma nova legenda, que não teve um nome definido ainda. Uma das hipóteses é Conservadores.
Os deputados e senadores do PSL considerados traidores pelo presidente, como Joice Hasselmann (SP), Delegado Waldir (GO) e Major Olímpio (SP), não foram convidados para o encontro.
Bolsonaro já disse ao seu núcleo de aliados que a situação no partido está ficando insustentável e pediu para que ele ficasse em contato com a sua equipe de advogados para evitar atitudes que possam dificultar a saída do partido.
Lula e laranjas
A avaliação no grupo bolsonarista é de que, com a soltura do ex-presidente Lula (PT), chegou a hora de Bolsonaro se distanciar do PSL para evitar que o partido vire munição da oposição contra ele.
O PSL está no centro de um escândalo, revelado pela Folha, que envolve o uso de verbas públicas por meio de candidaturas de laranjas em Minas Gerais e Pernambuco.
Atualmente, ao menos 20 parlamentares estariam dispostos a seguir Bolsonaro. Encabeçam a lista os filhos do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (SP) e o senador Flávio Bolsonaro (RJ).