17 de junho de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Senadores cobram “pendências” para votar a reforma da previdência

Eles cobram as promessas de cargos e os R$ 40 milhões prometidos por Bolsonaro para a votação

Parlamentares mandam recado: só tem votação do segundo turno se os compromissos firmados forem cumpridos

Os senadores, em Brasília, já decidiram que não votarão o segundo turno da reforma da previdência na próxima semana, enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PSL) não resolver “as pendências” que têm com eles.

Segundo o próprio líder do PSL, Major Olimpio,  o governo precisa resolver a questão o quanto antes. “Temos muitas pendências. Não há, neste momento, garantia dos senadores para a data de votação em segundo turno. Não está definido o que poderá acontecer”, disse Olimpio.

A expectativa do governo é concluir a votação da reforma no Senado até o dia 10 para que a emenda constitucional possa ser promulgada imediatamente. “Se não acontecerem os compromissos assumidos pelo governo, não haverá votação no dia 10”, ressaltou Major Olimpio.

As pendências

Além de cargos comissionados na estrutura do governo federal para os cabos eleitorais dos parlamentares, Bolsonaro também é cobrado pelas promessas ainda não cumpridas de liberar R$ 40 milhões para que eles possam votar a reforma da previdência.

Como nada de concreto foi feito, os senadores resolveram se rebelar e mandaram o recado ao Palácio do Planalto: ou dá ou desce.

CCJ

A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado aprovou o texto principal da reforma da Previdência nesta terça-feira (1º), por 17 votos a 9. Na sequência, os senadores ainda votarão destaques ao texto, que são propostas de mudanças.

Dois pontos que estão sob contestação preocupam o governo: o abono salarial e a aposentadoria especial. Eventuais mudanças nesses trechos teriam um impacto de cerca de R$ 100 bilhões em dez anos, segundo a equipe econômica.

A expectativa do governo é concluir a votação em 2º turno até 10 de outubro, conforme calendário acertado entre os líderes do Senado.