7 de outubro de 2024Informação, independência e credibilidade
Maceió

Seria hoje: CPRM adia data da entrega do laudo sobre Pinheiro

Serviço Geológico do Brasil não finalizou o estudo e o Ministério de Minas e Energia (MME) não confirmou uma nova data

Geólogos se reuniram na semana passada para finalizar relatório

Adiou. Ficou agendado para ser entregue nesta terça-feira (30) o relatório sobre as rachaduras que atingem os bairros do Pinheiro, Mutange e Bebedouro, que estão em estado de calamidade em Maceió. Mas não vai acontecer.

O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) ainda não finalizou o estudo e o o Ministério de Minas e Energia (MME) não confirmou uma nova data, embora o CPRM tenha comunicado ao prefeito Rui Palmeira que na próxima terça (8) os técnicos estarão na Capital para apresentar o laudo, que havia sido prometido nesta data em audiência no Senado (leia tudo sobre ela clicando aqui).

Evacuação

Um documento, com cerca de 100 páginas, já havia sido elaborado com a participação das defesas civis Estadual e Nacional, detalhando a atuação para ações preventivas e também em caso de desastre.

“É importante cumprir com nossas obrigações legais. Se ocorrer um volume de chuva entre 30 e 40ml em uma hora, precisamos estar prontos para atuar. A gente espera que não aconteça, mas temos que ter o plano de evacuação pronto. É um trabalho em parceria com muita gente: Ministério Público Estadual e Federal, Corpo de Bombeiros, Defensoria Pública. Enfim, todo mundo unido para oferecer mais tranquilidade ao povo do Pinheiro”. Rui Palmeira, prefeito de Maceió.

No Pinheiro, onde as fissuras surgiram há mais tempo, os cenários de risco correspondem ao mapa de feições produzido pela CPRM, que classificou os locais em áreas vermelha, laranja e amarela.

A área vermelha, de maior risco, concentra 514 imóveis e mais de 1.900 moradores. A laranja possui quase 1.600 imóveis, e a amarela, 332. Pelo plano de contingência, são considerados fatores de risco ocorrências como o surgimento de rachaduras e buracos em terrenos, o desabamento de edificações ou o deslizamento de encostas.

Atraso

Pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil se reuniram no escritório do Rio de Janeiro para a consolidação dos dados, debate dos resultados e elaboração do relatório sobre as origens da instabilidade do bairro Pinheiro na semana passada.

Isso após moradores, afetados por afundamento de solo e rachaduras nos imóveis da região, fizeram nesta quinta (25) um protesto na Avenida Moreira e Silva, no Farol, em frente à Praça do Centenário, pelo bloqueio de R$ 6,7 bilhões das contas da Braskem e pela divulgação do relatório final da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM)

Com cartazes, faixas e carro de som, os manifestantes cobram agilidade na solução do afundamento e rachaduras nos bairros. O bloqueio bilionário foi pedido pelo Ministério Público, mas o Poder Judiciário determinou apenas R$ 100 milhões em bloqueios. Outros R$ 2 bilhões já estão proibidos de serem divididos de lucros entre os acionistas.

Manifestantes com faixas protestam na Foto: Dallya Pontes