20 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Justiça

STF prorroga inquérito contra Temer por mais 60 dias

Suspeitas foram levantadas a partir da delação da JBS e presidente nega a prática de qualquer irregularidade

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso decidiu nesta segunda-feira (7) prorrogar por mais 60 dias o inquérito contra o presidente Michel Temer (MDB). Um dos focos da investigação é um decreto sobre o setor portuário editado por Temer.

O pedido de prorrogação havia partido da Polícia Federal e da PGR (Procuradoria-Geral da República). Barroso também rejeitou o pedido da defesa de Temer para que o inquérito fosse arquivado. O ministro afirmou ser necessário aguardar a conclusão das investigações.

As suspeitas contra Temer foram levantadas a partir da delação da JBS. O inquérito no STF foi aberto em setembro do ano passado. O presidente tem negado a prática de qualquer irregularidade.

Lavagem de propina

Seis meses após o Supremo Tribunal Federal determinar a abertura de inquérito sobre a edição de um decreto para o setor portuário, uma das principais suspeitas de investigadores da Polícia Federal é de que o presidente Michel Temer tenha lavado dinheiro de propina no pagamento de reformas em casas de familiares e dissimulado transações imobiliárias em nomes de terceiros, na tentativa de ocultar bens.

Marcela Temer, sua mulher, e o filho do casal, Michelzinho, são donos de alguns desses imóveis. A investigação aponta que o presidente recebeu, por meio do coronel João Baptista de Lima Fillho, ao menos R$ 2 milhões de propina em 2014. Neste mesmo ano, quando Temer foi reeleito vice-presidente na chapa de Dilma Rousseff, duas reformas foram feitas, em valores semelhantes, em propriedades de familiares do emedebista, da filha Maristela Temer e da sogra, Norma Tedeschi.