6 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Toma lá: Governo cede e oferece chefias de estatais a partidos

Líderes e deputados estão de olho também nas manifestações de ministros: “Não pedimos nada. Foi oferecido”

O discurso contra a “velha política” não durou muito e Onyx Lorenzoni, ministro da Casa Civil, fez uma lista de cargos de segundo escalão com grande projeção regional. E vai discutir a distribuição dos postos entre os partidos de centro e centro-direita que ele quer aproximar do Planalto.

Na lista que foi ditada a deputados, entram estatais e autarquias do porte da Codevasf, Sudam e Sudene e Banco do Nordeste. A elaboração da lista de postos foi comunicada aos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e também a presidentes e líderes de partidos.

A expectativa é a de que as primeiras indicações chanceladas pelas cúpulas das siglas sejam formalizadas na próxima semana. Isso não seria uma solução, mas deve amenizar a relação dos partidos com o Planalto. Tudo pela aprovação de projetos do Executivo, como a Reforma da Presidência.

Os líderes e deputados estão de olho também nas manifestações de ministros. “Não pedimos nada. Foi oferecido”. E ele vão cobrar, pois a avaliação é de que o governo precisa arcar com os acenos que faz para ter credibilidade política.

Toma lá, dá cá

O fim da velha política, que entre outros inclui troca de cargos e entrega de agrados para votações, tão anunciada nas eleições, não vai mesmo acontecer. No início de março, o governo de Jair Bolsonaro já havia liberado R$ 1 bilhão em emendas parlamentares. Tudo para agradar os deputados que analisarão em breve sua proposta de reforma da Previdência.

Além disso, reuniões como presidentes de partidos do Centrão ou vivais (PRB, PSD, PSDB, PP, DEM, MDB e PSDB) e caciques como Kassab e Alckmin, podiam ser reduzidas na ilustrativa foto com ACM Neto, presidente do DEM. Ele estava abraçado com Bolsonaro com uma “cara de quem tem três ministérios”.