13 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
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A reputação de Michel Temer e o cenário tenebroso do Brasil

Uma onda perigosa toma conta do País e atenta verdadeiramente contra a vida democrática

A nota oficial do Palácio do Planalto para explicar o caso da investigação dos portos, principalmente do inquérito onde o senhor presidente do País, Michel Temer, é acusado de ter favorecido a empresa Rodrimar, em troca de propina, revela a dimensão exata do desgoverno nacional e, mais ainda, que as raízes da frondosa árvore da corrupção estão mais profunda do que se imagina.

Temer pousa de santo, diz que querem destruir sua reputação e acusa a existência de uma farsa para prejudicá-lo, mesmo depois de seus laranjas e assessores principais terem sido presos por determinação do Supremo Tribunal Federal, exatamente pelas propinas recebidas com documentos que fazem menção ao próprio chefe – ele, Temer.

Triste é que o conteúdo de tudo que se vê na atualidade no País nos remete a uma tragédia grega. Mistura a inércia, a fraqueza e o caráter absolutamente amorfo da maioria dos personagens palacianos, que somados à intolerância e o ódio expostos pela população, nos mais diversos meios, nos dar a configuração da catarse para purificar ou purgar os sentimentos.

Mas, como não estamos na era Antes de Cristo, a tragédia grega vai cedendo seu espaço ao mundo real que nos coloca no centro de uma onda por demais perigosa. Principalmente por não ser esta fruto de um espetáculo artístico, mas de operações bufas dos homens do poder institucional e financeiro.

O perigo se eleva a partir das reações dos mais diversos segmentos da sociedade, cujas paixões afloradas a partir de todo o processo, têm levado muitos a irracionalidade e posturas nefastas que atentam contra à vida democrática e, não raras as vezes, contra à dignidade alheia.

Lamentavelmente,  isso é fruto da vida moderna, onde sentimentos como solidariedade e respeito estão sendo banidos do cotidiano. As manifestações da sociedade, quase sempre, são em defesa do seu próprio eu e muito menos da coletividade.

A grande questão é que, no palco da vida, o cenário que se monta e pinta nesse contexto é, sinceramente, tenebroso.