16 de junho de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Bancários da Caixa ameaçam greve geral por tempo indeterminado

Fenae denuncia que governo quer acabar com direitos e vantagens financeiras dos empregados da Caixa

Bancários em negociação salarial ameaçam greve – Foto: José Cruz/Agência Brasil

Os bancários empregados da Caixa Econômica Federal estão ameaçando entrar em greve por tempo indeterminado, devido a ameaça de retirada de direitos trabalhistas e vantagens financeiras, conforme determinação do governo.

Segundo a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) o governo Bolsonaro quer acabar com direitos históricos conquistados pelos trabalhadores.

O presidente da Fenae, Sérgio Takemoto, declarou que esta semana os funcionários da Caixa vão decidir, possivelmente, por uma greve por tempo indeterminado.

“A responsabilidade da possível greve dos bancários da Caixa e das demais instituições financeiras é do governo Bolsonaro e dos bancos, que estão alinhados para rebaixar e retirar direitos dos trabalhadores”, aponta Takemoto.

Sobre a campanha salarial da categoria, em curso desde o início deste mês para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), ele observa que as propostas dos representantes da Caixa e de outros bancos representam diferentes perdas aos trabalhadores. “Nunca iniciamos uma campanha salarial com uma proposta tão rebaixada. Não vamos aceitar nenhum direito a menos”, afirma o presidente da Fenae.

Assistência à saúde

Segundo Sérgio Takemoto, uma das principais perdas aos bancários da Caixa é a tentativa da direção do banco de inviabilizar o plano de saúde dos empregados. A instituição propõe alterações no modelo de custeio do Saúde Caixa, que vão encarecer o custo para todos os usuários.

“Em um momento de pandemia e com os empregados da Caixa na linha de frente do atendimento e expostos aos riscos de contágio, o banco quer restringir o acesso a esse direito básico sob a falsa alegação de que a intenção é manter a sustentabilidade do plano de saúde”, ressalta o presidente da Fenae.

Entre os itens da proposta financeira — além de “reajuste zero”, o que implicará em uma diminuição de 2,65% nos salários (considerando as perdas inflacionárias) — os bancos pretendem reduzir a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) em quase metade (até 48%), retirar a 13ª cesta alimentação, diminuir a gratificação de função (de 55% para 50%) e até alterar direitos dos bancários que sofreram acidente de trabalho.