O presidente Jair Bolsonaro[ sancionou nesta quarta-feira (10) um projeto de lei que possibilita a compra, pelo governo federal, das vacinas da Pfizer e da Janssen. Entretanto, ele vetou um dispositivo que obrigava a União a arcar com os custos de aquisição de imunizantes por estados e municípios.
A cerimônia aconteceu horas após o primeiro discurso de Lula desde que foi considerado elegível novamente. E foram dados sinais disso: o presidente, seus ministros e auxiliares apareceram usando máscaras de proteção facial, equipamento já questionado pelo próprio mandatário – que segundo ele, é “coisa de viado”.
“O governo federal não poupou esforços, não economizou recursos para atender a todos os estados e municípios”. Jair Bolsonaro, presidente.
O Brasil, no entanto, tem registrado, desde a semana passada, quase 2.000 mortes por Covid por dia, e se aproxima das 270 mil mortes desde o início da pandemia, há pouco mais de um ano.
As medidas agora sancionadas por Bolsonaro preveem uma série de autorizações. Empresas privadas poderão comprar imunizantes contra a Covid-19, mas deverão doá-las ao SUS (Sistema Único de Saúde) enquanto estiver em curso a vacinação de grupos prioritários.
O projeto também autoriza o governo a assumir riscos que poderiam resultar em crimes de responsabilidade civil decorrentes de possíveis eventos adversos na população. Esse item era considerado necessário pelo Ministério da Saúde para avaliar a compra de lotes de vacina da Pfizer.
Tratamento precoce
Apesar do tom mais moderado, Bolsonaro não se conteve e insistiu na defesa do chamado tratamento precoce, que consiste no uso de medicamentos como a ivermectina e hidroxicloroquina. Estudos atestaram que essas substâncias são ineficazes para a Covid-19.
Após críticas e investigações a respeito da recomendação de uso desses medicamentos expedidas pelo Ministério da Saúde, Bolsonaro e seus aliados passaram a usar o termo “atendimento imediato”.
“Muitos têm sido salvos no Brasil com esse atendimento imediato”. Jair Bolsonaro.