Derrotado nas urnas, o senador catarinense Magno Malta sonhava em ser ministro de Jair Bolsonaro e chegou a espalhar pelo que “serei ministro sim”. Ninguém duvidava disso. Mas, Malta acabou preterido e em vez dele chamou uma antiga funcionária do senador para a pasta da Mulher, Família e Direitos Humanos. Ela é Damares Alves, advogada e pastora evangélica.
A situação deixou Magno Malta constrangido e chateado. Nesta quinta-feira, 6, ele não escondeu a sua frustração:
“Meu compromisso com o Bolsonaro foi até dia 28, às 19h30. Nós tínhamos um projeto de tirar o Brasil do viés ideológico e nosso compromisso acabou no dia 28. Bolsonaro não tem nenhum compromisso comigo”, afirmou ao deixar o Plenário do Senado, após o encerramento da sessão.
Magno não quis parar para responder as perguntas da imprensa sobre o assunto, caminhou em direção ao gabinete pessoal enquanto era questionado e, por isso, falou por apenas três minutos, aproximadamente.
O senador também ouviu perguntas sobre a declaração de Bolsonaro, que, mais cedo, justificou dizendo que Magno Malta “não se enquadrou”. “Aí você tem que perguntar pra ele. Não interpretei (essa resposta de Bolsonaro). Ele é o presidente. Como eu montei meu gabinete, ele tem que montar o dele”, afirmou antes de tentar jogar a interpretação para o repórter que o questionou. “Se você não está entendendo, você tem que procurar, deduzir. Não sou eu que vou responder pra você. Entendo que ele é o presidente, mas quem tem que montar o gabinete dele é ele”, complementou.
O senador do PR ainda negou que tenha indicado sua assessora parlamentar e pastora evangélica Damares Alves para o comando do ministério dos Direitos Humanos, mas a classificou como uma “mulher completa”. “Ela foi convidada por competência própria. Não foi indicada por mim. Damares é uma mulher repleta, completa, conhece as questões dos índios, das crianças, de drogas, de automutilação. Todas as bandeiras que eu defendo, ela sabe muito. Não fui eu que indiquei e ela é preparada para tal”, disse.