25 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Com clima religioso, Bolsonaro se filia ao PL e faz ataques ao PT

Partido é presidido por Valdemar da Costa Neto, que compôs o governo Lula entre 2003 a 2010 e foi preso pelo esquema do mensalão

O presidente Jair Bolsonaro se filiou hoje ao PL, em um evento em Brasília, no Dia do Evangélico. O clima foi religioso e conservador, com cerimônia que reuniu políticos e autoridades.

Eu seu discurso, o presidente soltou suas críticas de sempre à esquerda e ao PT,com diversos acenos ao Congresso, para marcar oficialmente a retomada do casamento do seu governo com o centrão.

O PL é comandado pelo ex-deputado Valdemar da Costa Neto desde a década de 1990 e já compôs o governo Lula (PT), entre 2003 a 2010, com José de Alencar como vice. Neto foi preso por causa do esquema do mensalão.

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Sem partido desde 2019, quando deixou o PSL, pelo qual foi eleito, Bolsonaro já passou por oito partidos desde que iniciou sua vida política, em 1989.

Ele deixou o PSL em meio a uma série de brigas internas e tentou fundar uma legenda própria, o Aliança Brasil. Mas fracassou, sem conseguir nem um terço das assinaturas exigidas pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para sair do papel.

Caso com o centrão

“Estou me sentindo em casa”, disse Bolsonaro aos diversos deputados presentes, passando a mão sobre os ombros do deputado Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, em referência aos 28 anos que passou na Casa.

Seu discurso de pouco mais de dez minutos teve diversos afagos ao Congresso e marcou o casamento do seu governo com o centrão, recheado de bandeiras conservadoras antigas.

“Eu e o Valdemar não somos pessoas que vamos definir as coisas sozinhos. Em grande parte, a nossa visão vai passar por vocês. Nós queremos compor e, com essa composição, fazer o melhor para o Brasil”, disse o presidente aos parlamentares, sob gritos de “mito”.

Bolsonaro também fez um discurso duro contra o governo petista, do qual seu partido fazia parte. “O futuro do Brasil está em nossas mãos. Nós tiramos o Brasil da esquerda. Olha para onde estávamos indo, olha para onde foi certos países, como a Venezuela. Nós não queremos isso”, disse o presidente.

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01

Seu filho 01, o senador Flávio Bolsonaro, focou diretamente em dois dos principais adversários do pai nas eleições presidenciais do ano que vem: o ex-presidente Lula e o ex-ministro Sergio Moro (Podemos). Sem citar nomes, o senador falou em “ex-presidiário” e “traidor”.

“A política pode até perdoar a traição, mas não perdoa o traidor. A decepção vem na proporção inversa da admiração que as pessoas possuíam por ela. Traidor é aquele que, por ação ou omissão, interfere na Polícia Federal. Num governo conservador, havia, por exemplo, uma orientação superior para que dificultasse, por exemplo, a aquisição de arma de fogo”. Flávio Bolsonaro.