6 de outubro de 2024Informação, independência e credibilidade
Economia

Coronavírus se torna uma ameaça concreta para crescimento do PIB brasileiro

Economistas estrangeiros reduzem expectativa de alta no Brasil e Paulo Guedes deve ficar sob pressão de Bolsonaro

Economistas do Goldman Sachs reduziram nesta terça-feira (3) suas expectativas de crescimento econômico em 2020 para Brasil e México. O maior responsável é o esperado impacto do coronavírus, que forçará os bancos centrais de ambos os países a cortarem mais os juros.

Eles reduziram sua estimativa de crescimento para o Brasil em 2020 de 2,2% para 1,5%, número bem abaixo da linha politicamente sensível de 2%, e agora estimam que o banco central reduzirá a taxa básica de juros Selic em mais 0,5 ponto percentual este ano, a 3,75%.

“No Brasil, mais flexibilização monetária é apropriada, devido à falta de espaço fiscal e ao fato de que a inflação atual e esperada está abaixo da meta e as perspectivas de crescimento permanecem fracas”. Nota da Goldman Sachs.

Se Goldman espera que o banco central reduza a taxa Selic em mais 50 pontos-base este ano, para 3,75%, Kawall, do Asa Bank, foi mais longe, prevendo uma diminuição de 50 pontos-base no final deste mês seguida por outra de 25 pontos-base em maio, deixando o juro básico em 3,50%.

O BC reduziu a taxa Selic para uma mínima recorde de 4,25% há um mês, mas pareceu fechar a porta para novo alívio monetário. O governo deve reduzir em breve sua previsão de 2,4% para o crescimento do PIB este ano.

Projeções do PIB só fazem cair

Vale lembrar que, recentemente, foi noticiado que o ministro da Economia, Paulo Guedes, ficará sob pressão do presidente Jair Bolsonaro se parecer que o crescimento de 2% não será alcançado.

As perspectivas são ruins para a economia. No Brasil, que vem de três anos de crescimento modesto, próximo de 1%, a expectativa de um avanço mais forte deve ser novamente adiada. Depois dos dois anos de recessão em 2015 e 2016, o país está preso a essa sequência de frustrações no PIB.