Em depoimento nesta quinta (1º), na CPI da Pandemia, o PM Luiz Paulo Dominguetti, que se apresenta como representante da Davati Medical Supply, está sendo considerado um “cavalo de Troia” de Jair Bolsonaro na Comissão.
Senadores da oposição disseram estranhar o fato de que o vendedor, na contramão do que vinha sendo o foco da CPI durante a reunião hoje, que seria cobrança de propina, decidiu revelar o fato de que Luis Miranda (DEM-DF) teria supostamente atuado na intermediação para compra de imunizantes.
Na sessão, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM) levantou suspeitas sobre as “intenções” do cabo da PM de Minas Gerais, que seria um infiltrado por governistas.
Após mostrar o áudio que, mostraria o deputado Miranda tentando se credenciar como intermediário na negociação dos imunizantes com o Ministério da Saúde, ele teve o aparelho apreendido e o termo “cavalo de Troia” chegou aos assuntos mais comentados das redes.
“Lá na minha região, chapéu de otário é marreta e jabuti não sobe em árvore. O senhor está sob juramento. Não venha achar que aqui todo mundo é otário. Nem patetas. Veja bem qual é seu papel aqui. Do nada surge um áudio do deputado Luis Miranda. Tá certo? Chapéu de otário é marreta, irmão”. Omar Aziz.
Já relator da comissão, Renan Calheiros, questionou as intenções de Dominguetti. “O depoente traz um áudio com mazelas que poderiam envolver Luis Miranda, Em nome do quê? A CPI não vai aceitar este tipo de coisa”, disse.
Momentos antes, o PM havia confirmado o pedido de propina de um dólar por dose de vacina. E ao relatar a expressão dos presentes no momento, um deles o servidor Roberto Ferreira Dias, já exonerado, foi questionado por Simone Tebet o porque de não ter dado voz de prisão. “Pra mim era tudo novo, senadora”, respondeu Dominguetti.
Internautas acusam o depoente de ter sido “plantado” pelos bolsonaristas na CPI para defender o governo e o senador Fabiano Contarato (Rede-ES) é um deles.
Fabiano Contarato: "Com todo respeito essa testemunha foi plantada aqui na CPI"
Flávio Bolsonaro: "Baseado em quê?Sentiu?
— Blog do Noblat (@BlogdoNoblat) July 1, 2021
O presidente da CPI compartilha da mesma suspeita, o que incitou reação da base governista. Flávio Bolsonaro (Patriotas-RJ), que não é membro da CPI, havia chegado um pouco antes da divulgação do áudio por Dominguetti. E ficou preocupado com a apreensão do celular.
“Tem que analisar só o áudio de Miranda, não pode ver outras mensagens”. Flávio Bolsonaro.
