O manifesto com a assinatura de 200 entidades empresariais para pedir harmonia entre os Poderes da República, em apenas cinco parágrafos e que de forma prévia começou a circular neste sábado (28), foi suspenso.
Após o embate interno na Febraban (Federação Brasileira de Bancos) e com a repercussão no governo sobre o manifesto “a favor da democracia” elaborado pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), o presidente da entidade, Paulo Skaf, decidiu adiar a divulgação do documento.
A previsão era que fosse publicado amanhã (31) e que “alguém” da Febraban, entidade que representa os bancos, teria transformado o documento em um ataque ao governo de Jair Bolsonaro.
O documento, no entanto, não cita nenhum dos representantes dos três Poderes da República e destaca que as entidades signatárias “veem com grande preocupação a escalada de tensões e hostilidades entre as autoridades públicas.”
A expectativa agora é que o documento só seja divulgado depois do feriado de 7 de setembro, quando o presidente Jair Bolsonaro pretende participar de manifestações a favor do seu governo em Brasília e em São Paulo.
O documento, que inicialmente seria divulgado nesta terça-feira (31), provocou uma crise institucional em uma das entidades signatárias, a Febraban. No final de semana, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal afirmaram que deixariam a Federação caso ela assinasse o documento.
Confira a versão mais recente:
A praça dos três poderes encarna a representação arquitetônica da independência e harmonia entre o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, essência da República. Esse espaço foi construído formando um triângulo equilátero, cujos vértices são os edifícios-sede de cada um dos poderes.
Esta disposição deixa claro que nenhum dos prédios é superior em importância, nenhum invade o limite dos outros, um não pode prescindir dos demais. Em resumo, a harmonia tem de ser a regra entre eles.
Este princípio está presente de forma clara na Constituição Federal, pilar do ordenamento jurídico do país. Diante disso, é primordial que todos os ocupantes de cargos relevantes da República sigam o que a Constituição nos impõe.
As entidades da sociedade civil que assinam este manifesto veem com grande preocupação a escalada de tensões e hostilidades entre as autoridades públicas. O momento exige de todos serenidade, diálogo, pacificação política, estabilidade institucional e, sobretudo, foco em ações e medidas urgentes e necessárias para que o Brasil supere a pandemia, volte a crescer, a gerar empregos e assim possa reduzir as carências sociais que atingem amplos segmentos da população.
Mais do que nunca, o momento exige do Legislativo, do Executivo e do Judiciário aproximação e cooperação. Que cada um atue com responsabilidade nos limites de sua competência, obedecidos os preceitos estabelecidos em nossa Carta Magna. Este é o anseio da Nação brasileira.