7 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Governo cogita usar o Exército para combater queimadas na Amazônia

Presidente Jair Bolsonaro deve tomar uma decisão ainda hoje

O presidente Jair Bolsonaro disse que estuda enviar o Exército para combater as queimadas na Amazônia por meio de uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Segundo ele, a decisão será tomada ainda nesta manhã. Isso foi um dos resultados de uma reunião com os ministros para tratar do assunto.

“É uma tendência determinar uma GLO. A tendência é essa, a gente fecha agora de manhã. O que tiver ao nosso alcance nós faremos. O problema é recurso”. Jair Bolsonaro, presidente.

Em despacho publicado ontem em edição extra do Diário Oficial da União, o presidente determina que todos os ministérios, de acordo com suas competências, adotem “medidas necessárias ao levantamento e combate a focos de incêndio na região da Amazônia Legal para a preservação e a defesa da Floresta Amazônica, patrimônio nacional”.

Realizadas exclusivamente por ordem expressa da Presidência da República, as missões de GLO ocorrem nos casos em que há o esgotamento das forças tradicionais de segurança pública. Nessas ações, as Forças Armadas agem por tempo limitado, com o objetivo de preservar a ordem pública, a integridade da população e garantir o funcionamento regular das instituições.

Fundo Amazônia

Brasil e Noruega firmaram um acordo em 2009 para que o país europeu fosse um dos principais doadores do Fundo Amazônia. Até 2017, foram contabilizados mais de US$ 1,1 bilhão em doações. Em dezembro do ano passado, o Fundo Amazônia recebeu uma doação de R$ 139,3 milhões do governo norueguês e uma de R$ 139,3 milhões do Banco de Desenvolvimento da Alemanha.

Mas a Noruega, após crescimento do desmatamento e uma crise entre os países, suspendeu o repasse. E na quinta-feira passada (15), Bolsonaro disse que o Brasil não precisava:

“A Noruega não é aquela que mata baleia lá em cima, no Polo Norte, não? Que explora petróleo também lá? Não tem nada a dar exemplo para nós. Pega a grana e ajude a Angela Merkel a reflorestar a Alemanha”. Jair Bolsonaro, presidente.

O problema é que no total, a Noruega já doou mais de R$ 3 bilhões. E como ele disse que o país está tecnicamente falido, qualquer dinheiro é bem vindo. Ainda mais, se levar em conta o nível de desmate atual.

O presidente chegou a postar um vídeo editado com imagens de uma caça tradicional realizada nas Ilha Faroe, da Dinamarca. O objetivo do vídeo era criticar a Noruega que, claro, é um país diferente. A Alemanha, em sua embaixada no Brasil, antes já havia respondido em um vídeo sobre o tamanho de suas florestas.

Nasa e Mundo

Como mostram imagens da Nasa, não existe uma quantidade de combustível suficientemente alta para gerar aquelas colunas de fumaça se aquilo for somente limpeza de pasto, Logo, o incêndio vem do desmate e já é possível concluir que, ao contrário do que afirma (sem provas) o presidente Jair Bolsonaro, as ONGs não são responsáveis pelas queimadas.

E o presidente francês, Emmanuel Macron, usou seu perfil no Twitter hoje para se posicionar sobre as queimadas na Amazônia. Ele, que já entrou em atrito com o presidente Jair Bolsonaro (PSL) por questões ambientais, chamou o problema de “crise internacional” e cobrou que os líderes do G7 tratem urgentemente do tema.

Entretanto, com uma completa falta de diplomacia, traquejo político ou ponderamento em suas declarações, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho 03 que o presidente tanto quer confirmar como Embaixador do Brasil nos Estados Unidos, reagiu no twitter. E chamou Macron de idiota. Muito diplomático.