7 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Justiça

Mencionados na Vaza Jato, Toffoli e Mendes ficam irritados com ações de Deltan

Ministros não gostaram de saber que a Lava Jato planejava associar as esposas deles com a corrupção na Petrobras

Uma reação não tarda. Após a “nova fase da Vaza Jato“, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, e o ministro Gilmar Mendes já avaliam o que fazer contra o coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol.

Irritados com os diálogos publicados nesta quinta-feira pela “Folha de S.Paulo” e pelo site The Intercept Brasil, já estão certos de que a ideia de investigações sobre Toffoli, sua mulher, Roberta Rangel, e Guiomar Mendes, mulher do ministro Gilmar Mendes, não passará em branco.

Como o STF retorna hoje (1º) de recesso, às 14, há expectativa na Corte de que Toffoli e Gilmar se pronunciem publicamente a respeito do assunto. A avaliação é que Dallagnol precisa ser punido exemplarmente, assim como devem ser afastados da Lava Jato todos cujos diálogos, confirmados, apresentem práticas irregulares ou antiéticas.

Os dois ministros do STF já achavam que Moro, Deltan e seu grupo exageram em suas funções. Com as reportagens, ficaram podem agora embasar sua interpretação.

Deltan

Deltan, coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, buscou informações sobre as finanças pessoais de Toffoli e sua mulher e evidências que os ligassem a empreiteiras envolvidas com a corrupção na Petrobras.

No dia 13 de julho de 2016, Deltan fez uma consulta aos procuradores que negociavam com a empresa.  “Caros, a OAS touxe a questão do apto do Toffoli?”, perguntou no grupo que eles usavam no Telegram. “Que eu saiba não”, respondeu o promotor Sérgio Bruno Cabral Fernandes, de Brasília. “Temos que ver como abordar esse assunto. Com cautela.”

O fato remete não apenas a mais uma ilegalidade do procurado Dallagnol e colegas deles na Lava Jato, mas também uma perseguição a possíveis a homens a justiça que não estavam afinados com os descalabros do justiçamento dos procuradores em conluio com o então juiz Sérgio Moro, fatos agora revelados pela “Vaza Jato” do The Intercept.

Pelo que estabelece a lei, ministros do STF não podem ser investigados por procuradores da primeira instância, como Deltan e os demais integrantes da força-tarefa.

STJ

Também na visão do ministro Humberto Martins, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), procuradores da Operação Lava Jato “passaram de todos os limites” ao envolver o nome dele numa delação da OAS e tentar impedir que fosse indicado ao STF (Supremo Tribunal Federal). O magistrado é também corregedor do Conselho Nacional de Justiça.”

No mais recente artigo da Vaza Jato, foi revelado pelos diálogo de Deltan Dallagnol com colegas da operação um plano para barrar uma eventual indicação de Martins à Suprema Corte..

O ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, preso em Curitiba pela Operação Lava Jato, citou Martins na delação premiada afirmando que pagou R$ 1 milhão para ele em troca de ajuda com um recurso que tramitava na corte. A propina teria sido negociada com o advogado Eduardo Filipe Alves Martins, filho do ministro.