Nesse mundo da intolerância em que as pessoas cultuam o fake, atacam a arte e o humano é a prova inconteste e real de que temos uma sociedade doente, que olha para o umbigo como se o seu reinado fosse.
Os músicos alagoanos que estiveram no velório e sepultamento do Zaílton Sarmento, em Maceió, deixaram a prova real de que a ignorância não é e jamais será maior que a arte.
Nem no grito e muito menos no desastre.
Nesse desastre que é a pandemia do coronavírus, doença que levou o artista Zaílton, a arte que chora é a arte que exalta a partida de um talento que, bravo, lutou intensamente para não partir.
Ensaiou, soprou, dedilhou e tocou no leito do hospital pedindo respeito a dor e ao talento natural.
Chorou e amou as presenças dos amigos que lá estiveram reverenciando e testemunhando a luta contínua de um amante da vida.
Como vivente de oração e talento puro não queria nada além, nada além demais para o coração.
Viveu com os amigos que tinha do real, da fantasia e da ilusão. Mas, viveu intensamente.
Do berço em que nasceu à cama do hospital.
Viveu lutando, tocando, ensinando arte e amor. Fazendo música, cantando louvor.
Quando parou, lá estavam violões, flautas, cavaquinhos, bandolins, surdos e tantãs. Eram maestros, músicos e cantores…
Com eles, vozes: baixos, barítonos, tenores, sopranos, contraltos e anônimos, uníssonos, cantando vai Zazá…
E Zazá foi ser eterno como o melhor da arte musical das Alagoas!
Nosso amigo já tinha uma infecção quando contraiu o COVID19, venceu, mesmo com essa tal infecção, já havia dois meses mais ou menos que não existia o vírus, aí está o porque de os amigos terem tido a oportunidade de homenageá-lo em sua despedida…
Quinta-feira, dia 24 de setembro de 2020, às 22h20, no Hospital do Coração de Alagoas, depois de mais ou menos quatro meses meses lutando pela saúde, o Zailton, paciente renal crônico, despede-se da família e dos amigos — vitimado por choque séptico, infecção pulmonar, insuficiência renal crônica agudizada, infecção de fístula arteriovenosa, conforme Certidão de Óbito, emitida pelo CARTÓRIO DO REGISTRO CIVIL DE NASCIMENTO E ÓBITOS DO 1º DISTRITO DE MACEIÓ, situado à Rua Dias Cabral, 199, Centro, Maceió —, para atender ao chamado divino, a fim de ocupar um lugar muito especial ao lado do nosso CRIADOR. Alagoas fica enlutada com a perda desse nobre homem!