13 de dezembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Economia

Na SMTT: Empresas pedem redução do preço da passagem de ônibus

Além da redução do valor da passagem, de R$ 3,65 para R$ 3,15, as empresas querem públicas as informações a respeito da margem de lucro

Mais de 30 movimentos e instituições sociais oficializaram na Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) um pedido para que a passagem de ônibus da capital sofra uma redução e não um aumento em Maceió, a ser discutido este ano.

Além da redução do valor da passagem, de R$ 3,65 para R$ 3,15, as empresas querem públicas as informações a respeito da margem de lucro. “800 mil pessoas vivem abaixo da linha da pobreza em Alagoas, o estado possui a segunda menor média salarial do país e a segunda maior taxa de desempregados do Brasil, segundo dados do IBGE”, lembra trecho do ofício.

Confira na íntegra:

Solicitação de redução no valor das tarifas de transporte

Os trabalhadores e cidadãos de Maceió e do estado de Alagoas estão entre os que mais sofrem com os efeitos da crise econômica que passa o país. Os dados são alarmantes: 800 mil pessoas vivem abaixo da linha da pobreza em Alagoas, o estado possui a segunda menor média salarial do país e a segunda maior taxa de desempregados do Brasil, chegando a 17,3%. Em Maceió, segundo o IBGE, aproximadamente 40% da população vive com até metade de um salário mínimo.

Apesar disso, não bastasse o reajuste que os empresários do transporte tiveram no valor da tarifa em fevereiro de 2018, passando de R$ 3,50 para R$ 3,65, apresentam agora uma nova proposta de reajuste de 13,7%, alterando o valor para R$ 4,15. Como se vê, trata-se de uma proposta gananciosa, que tem por objetivo apenas aumentar os lucros dos empresários e prejudicar ainda mais a vida da população.

A verdade é que, dada a situação socioeconômica da população e a comparação do valor das passagens com outras cidades do país, como é o caso de Macaé, no Rio de Janeiro, que possui a taxa de apenas 1 real para os ônibus, o atual valor da tarifa em Maceió já é altamente abusivo.

Para piorar, o serviço oferecido pelas empresas é reconhecidamente de péssima qualidade. Quem necessita do transporte coletivo sofre com longas esperas nos pontos e terminais, com ônibus sujos e superlotados.

Ademais, a justificativa de reajuste apresentadas pelo Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros – SINTURB, são frágeis: “a perda de passageiros para o transporte clandestino” e “variação do preço do diesel”. Ora, se o valor da passagem do ônibus aumenta é natural que as pessoas procurem alternativas de locomoção. Além disso, no último período, tem sido adotada uma política federal de redução no valor do diesel.

Diante do exposto, reivindicamos:

1) Diminuição no valor das tarifas do transporte público em 13,7%. Passando dos atuais R$ 3,65 para R$ 3,15;

2) Planilha financeira das empresas de transporte. É preciso tornar pública a informação da margem de lucro de cada uma das empresas que prestam esse serviço à população.

Assinam:

  • 1. C.A de historia -UFAL

  • 2. Movimento Afronte

  • 3. União da Juventude Rebelião- UJR

  • 4. Unidade Popular – UP

  • 5. Movimento Correnteza

  • 6. Sindicato dos Auxiliares de Administração Escolar da Rede Estadual de Educação

  • 7. Associação dos Docentes da Universidade Federal de Alagoas-Adufal

  • 8. Coletivo Cia Hip Hop de Alagoas

  • 9. Coletivo Para Todos

  • 10. Partido dos Trabalhadores – Maceió

  • 11. Federação dos Estudantes de Escolas Técnicas – FENET

  • 12- Partido Socialismo e Liberdade – Maceió

  • 13 – Centro Acadêmico de Filosofia – UFAL

  • 14- Coletivo Antiproibicionista de Alagoas – CANAL

  • 15- Coletivo Massunim de Redução de Riscos e Danos

  • 16- centro acadêmico Guedes de Miranda / direito ufal

  • 17- União da Juventude Comunista- UJC

  • 18- Centro Acadêmico Urucum Construção e Resistência / agroecologia

  • 19- Centro acadêmico rosa Luxemburgo / serviço social- ufal

  • 20- ACTA- Associação Comunitária do Tabuleiro e Adjacências.

  • 21- Associação de Negros e Negras da Ufal (ANU)

  • 22. Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal de Alagoas-Sintufal

  • 23. Resistência Popular Alagoas

  • 24 – Sindicato dos Servidores Públicos Federais da Educação Básica e Profissional no Estado de Alagoas – SINTIETFAL

  • 25. Juventude Socialista PDT de Alagoas – JSPDT/AL

  • 26 – Sindicato dos Professores da Rede Privada – SINPRO/AL

  • 27 – Federação Interestadual dos Trabalhadores em Estabelecimentos Privados de Ensino do Nordeste – FITRAENE

  • 28 – Centro Acadêmico de Arquitetura e Urbanismo – UFAL

  • 29 -Juventude do PT Alagoas

  • 30- diretório acadêmico de computação – UFAL

  • 31 – Centro Acadêmico de Geografia – UFAL

  • 32 – Centro Acadêmico de Medicina – UFAL

  • 33 – Centro Academico de Psicologia CESMAC

Aumento

O Sinturb (Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros) fez seu pedido anual de aumento do valor da passagem de ônibus no último dia 17. Para o próximo ano, a categoria solicita um aumento de 13,7% em cima da atual tarifa. Sendo atendidos, o valor atual de R$ 3,65 passaria a ser R$ 4,15.

O pedido de reajuste para a tarifa de 2019 vale para as quatro empresas que fazem o transporte urbano de passageiros da capital.

Além dos 7,91% de reajuste prevista no edital de licitação, vem somado ainda a estimada perda de passageiros para o transporte clandestino,  variação do preço do diesel e reajuste salarial dos rodoviários dado acima da inflação, ou mais 6,25%. E isso a partir de janeiro.

Em 2017 a média de passageiros foi de 5.737,453, enquanto 2018 houve uma redução de 3,8% em relação a este ano, ou média de 221 mil passageiros a menos. Levando em consideração também que levantamentos do sindicato mostram que o transporte clandestino transporta anualmente na capital uma média de 1 milhão de passageiros.

“O reajuste anual tarifário é essencial para o equilíbrio econômico-financeiro das quatro empresas que compõem o sistema de maceió e está previsto no contrato de concessão assinado por elas em 2015, o cálculo feito por nossos técnicos seguem a risca todos os procedimentos da fórmula paramétrica do contrato de concessão e também os prejuízos que as empresas vem enfrentando nesses últimos anos”. Guilherme Borges, presidente do Sinturb.

E segundo Borges, o reajuste sozinho não seria suficiente pra manter o equilibro econômico-financeiro das empresas, é preciso mais ações. Para ele, é preciso um trabalho mais forte no combate aos clandestinos, além de desonerações de impostos ou isenção do ICMS óleo diesel, IPVA e ISS.

A categoria deve se reunir com o Conselho Municipal de Transportes e o órgão para discutir a proposta apresentada, com data ainda a ser definida.

Coletivos

Em janeiro do ano passado, há quase um ano, os empresários dos coletivos de Maceió, discutiram a situação dos ônibus urbanos com integrantes do órgão público e a necessidade de reajustar o valor da passagem.

O argumento das empresas é de que com a concorrência de aplicativos de transporte, menos passageiros utilizam os coletivos e empresas chegam a registrar prejuízo mensal superior a 1 milhão de reais. Só a empresa Viação Veleiroapontou um prejuízo de R$ 25 milhões entre os anos de 2016 e 2017 na capital.

Curioso que eles ainda precisarão colocar wi-firetirar anúncios no outbus e oferecer viagem gratuita durante a eleição.