Mais de 30 movimentos e instituições sociais oficializaram na Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) um pedido para que a passagem de ônibus da capital sofra uma redução e não um aumento em Maceió, a ser discutido este ano.
Além da redução do valor da passagem, de R$ 3,65 para R$ 3,15, as empresas querem públicas as informações a respeito da margem de lucro. “800 mil pessoas vivem abaixo da linha da pobreza em Alagoas, o estado possui a segunda menor média salarial do país e a segunda maior taxa de desempregados do Brasil, segundo dados do IBGE”, lembra trecho do ofício.
Confira na íntegra:
Solicitação de redução no valor das tarifas de transporte
Os trabalhadores e cidadãos de Maceió e do estado de Alagoas estão entre os que mais sofrem com os efeitos da crise econômica que passa o país. Os dados são alarmantes: 800 mil pessoas vivem abaixo da linha da pobreza em Alagoas, o estado possui a segunda menor média salarial do país e a segunda maior taxa de desempregados do Brasil, chegando a 17,3%. Em Maceió, segundo o IBGE, aproximadamente 40% da população vive com até metade de um salário mínimo.
Apesar disso, não bastasse o reajuste que os empresários do transporte tiveram no valor da tarifa em fevereiro de 2018, passando de R$ 3,50 para R$ 3,65, apresentam agora uma nova proposta de reajuste de 13,7%, alterando o valor para R$ 4,15. Como se vê, trata-se de uma proposta gananciosa, que tem por objetivo apenas aumentar os lucros dos empresários e prejudicar ainda mais a vida da população.
A verdade é que, dada a situação socioeconômica da população e a comparação do valor das passagens com outras cidades do país, como é o caso de Macaé, no Rio de Janeiro, que possui a taxa de apenas 1 real para os ônibus, o atual valor da tarifa em Maceió já é altamente abusivo.
Para piorar, o serviço oferecido pelas empresas é reconhecidamente de péssima qualidade. Quem necessita do transporte coletivo sofre com longas esperas nos pontos e terminais, com ônibus sujos e superlotados.
Ademais, a justificativa de reajuste apresentadas pelo Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros – SINTURB, são frágeis: “a perda de passageiros para o transporte clandestino” e “variação do preço do diesel”. Ora, se o valor da passagem do ônibus aumenta é natural que as pessoas procurem alternativas de locomoção. Além disso, no último período, tem sido adotada uma política federal de redução no valor do diesel.
Diante do exposto, reivindicamos:
1) Diminuição no valor das tarifas do transporte público em 13,7%. Passando dos atuais R$ 3,65 para R$ 3,15;
2) Planilha financeira das empresas de transporte. É preciso tornar pública a informação da margem de lucro de cada uma das empresas que prestam esse serviço à população.
Assinam:
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1. C.A de historia -UFAL
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2. Movimento Afronte
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3. União da Juventude Rebelião- UJR
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4. Unidade Popular – UP
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5. Movimento Correnteza
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6. Sindicato dos Auxiliares de Administração Escolar da Rede Estadual de Educação
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7. Associação dos Docentes da Universidade Federal de Alagoas-Adufal
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8. Coletivo Cia Hip Hop de Alagoas
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9. Coletivo Para Todos
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10. Partido dos Trabalhadores – Maceió
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11. Federação dos Estudantes de Escolas Técnicas – FENET
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12- Partido Socialismo e Liberdade – Maceió
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13 – Centro Acadêmico de Filosofia – UFAL
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14- Coletivo Antiproibicionista de Alagoas – CANAL
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15- Coletivo Massunim de Redução de Riscos e Danos
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16- centro acadêmico Guedes de Miranda / direito ufal
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17- União da Juventude Comunista- UJC
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18- Centro Acadêmico Urucum Construção e Resistência / agroecologia
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19- Centro acadêmico rosa Luxemburgo / serviço social- ufal
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20- ACTA- Associação Comunitária do Tabuleiro e Adjacências.
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21- Associação de Negros e Negras da Ufal (ANU)
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22. Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal de Alagoas-Sintufal
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23. Resistência Popular Alagoas
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24 – Sindicato dos Servidores Públicos Federais da Educação Básica e Profissional no Estado de Alagoas – SINTIETFAL
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25. Juventude Socialista PDT de Alagoas – JSPDT/AL
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26 – Sindicato dos Professores da Rede Privada – SINPRO/AL
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27 – Federação Interestadual dos Trabalhadores em Estabelecimentos Privados de Ensino do Nordeste – FITRAENE
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28 – Centro Acadêmico de Arquitetura e Urbanismo – UFAL
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29 -Juventude do PT Alagoas
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30- diretório acadêmico de computação – UFAL
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31 – Centro Acadêmico de Geografia – UFAL
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32 – Centro Acadêmico de Medicina – UFAL
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33 – Centro Academico de Psicologia CESMAC
Aumento
O Sinturb (Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros) fez seu pedido anual de aumento do valor da passagem de ônibus no último dia 17. Para o próximo ano, a categoria solicita um aumento de 13,7% em cima da atual tarifa. Sendo atendidos, o valor atual de R$ 3,65 passaria a ser R$ 4,15.
O pedido de reajuste para a tarifa de 2019 vale para as quatro empresas que fazem o transporte urbano de passageiros da capital.
Além dos 7,91% de reajuste prevista no edital de licitação, vem somado ainda a estimada perda de passageiros para o transporte clandestino, variação do preço do diesel e reajuste salarial dos rodoviários dado acima da inflação, ou mais 6,25%. E isso a partir de janeiro.
Em 2017 a média de passageiros foi de 5.737,453, enquanto 2018 houve uma redução de 3,8% em relação a este ano, ou média de 221 mil passageiros a menos. Levando em consideração também que levantamentos do sindicato mostram que o transporte clandestino transporta anualmente na capital uma média de 1 milhão de passageiros.
“O reajuste anual tarifário é essencial para o equilíbrio econômico-financeiro das quatro empresas que compõem o sistema de maceió e está previsto no contrato de concessão assinado por elas em 2015, o cálculo feito por nossos técnicos seguem a risca todos os procedimentos da fórmula paramétrica do contrato de concessão e também os prejuízos que as empresas vem enfrentando nesses últimos anos”. Guilherme Borges, presidente do Sinturb.
E segundo Borges, o reajuste sozinho não seria suficiente pra manter o equilibro econômico-financeiro das empresas, é preciso mais ações. Para ele, é preciso um trabalho mais forte no combate aos clandestinos, além de desonerações de impostos ou isenção do ICMS óleo diesel, IPVA e ISS.
A categoria deve se reunir com o Conselho Municipal de Transportes e o órgão para discutir a proposta apresentada, com data ainda a ser definida.
Coletivos
Em janeiro do ano passado, há quase um ano, os empresários dos coletivos de Maceió, discutiram a situação dos ônibus urbanos com integrantes do órgão público e a necessidade de reajustar o valor da passagem.
O argumento das empresas é de que com a concorrência de aplicativos de transporte, menos passageiros utilizam os coletivos e empresas chegam a registrar prejuízo mensal superior a 1 milhão de reais. Só a empresa Viação Veleiroapontou um prejuízo de R$ 25 milhões entre os anos de 2016 e 2017 na capital.
Curioso que eles ainda precisarão colocar wi-fi, retirar anúncios no outbus e oferecer viagem gratuita durante a eleição.