3 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Nova crise diplomática: Criticado por Bachelet, Bolsonaro celebra Pinochet no Chile

Comissária da ONU apontou redução da democracia e aumento das mortes feitas por policiais no Brasil e levou direta pelo golpe militar no Chile

O presidente Jair Bolsonaro atacou nesta quarta (4) o pai de Michelle Bachelet, alta comissária da ONU para direitos humanos e ex-presidente do Chile. Ele foi morto pela ditadura militar de Augusto Pinochet.A crítica veio após Bachelet dizer em uma entrevista que o Brasil sofre uma “redução do espaço democrático”, especialmente com ataques contra defensores da natureza e dos direitos humanos.

“Michelle Bachelet, seguindo a linha do presidente francês Emmanuel Macron em se intrometer nos assuntos internos e na soberania brasileira, investe contra o Brasil na agenda de direitos humanos (de bandidos), atacando nossos valorosos policiais civis e militares”. Jair Bolsonaro, presidente.

Ele ainda mencionou o Brasil “não ter virado Cuba” ou ser entregue aos comunistas pelo basta em 1973. Tudo isso em uma publicação com uma foto de Bachelet, quando presidente, ao lado das ex-presidentes Dilma Rousseff (Brasil) e Cristina Kirchner (Argentina).

Alberto Bachelet, pai de Michelle, era general de brigada da Força Aérea e se opôs ao golpe militar dado por Augusto Pinochet em setembro de 1973. Ele foi preso e torturado pelo regime e morreu sob custódia, em fevereiro de 1974. A própria ex-presidente também foi presa e torturada por agentes de Pinochet em 1975.

Depois, na manhã desta quarta (4), o presidente disse que a alta comissária da ONU “defende direitos humanos de vagabundos”.

“Michelle Bachelet está acusando que eu não estou punindo policiais, que estão matando muita gente no Brasil. Essa é acusação dela. Ela está defendendo direitos humanos de vagabundos. Senhora Michelle Bachelet, se não fosse o pessoal do Pinochet derrotar a esquerda em 1973, entre eles o teu pai, hoje o Chile seria uma Cuba. Eu acho que não preciso falar mais nada para ela. Quando tem gente que não tem o que fazer, vai lá para a cadeira de Direitos Humanos da ONU”. Jair Bolsonaro, presidente.