25 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
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O cadáver de Lázaro deve ilustrar santinhos eleitorais em 2022

O assassinato do bandido Lázaro pela polícia de Goiás nunca explicitou tanto quem ganha, politicamente, com a espetacularização da violência.

Mal o corpo do serial killer esfriou, o exército de gente estúpida começou a espalhar memes em que políticos de esquerda choravam pela morte do assassino em série.

Envolvida até o pescoço com a ação de milícias, com as quadrilhas neopentecostais, com a banda podre da polícia e até com corrupção na aquisição de vacinas, a extrema-direita é, moralmente, protegida pelos “cidadãos de bem”. Isso é preocupante.

Quem está do lado do estado democrático de direito e apoia o funcionamento correto dos órgãos e instituições do Estado é associado à “defesa de bandidos”. E quem apoia os direitos humanos é tido como o próprio satanás.

Lázaro era um criminoso frio e deveria pagar por cada vida que tirou e por cada crime cometido. Sua morte, espetacularizada pela mídia e celebrada com palmas, risos e dancinhas, mostra como falhamos enquanto sociedade.

E não, não é dor por Lázaro, nem solidariedade ao criminoso. Quem vai defender alguém que viola mata inocentes a sangue frio? É, sim, pelas nossas instituições. Justiçamento só revela como uma sociedade está doente.

E na era dos memes que desinformam e dos grupos dos tiozões e das tiazonas reacionários do zap, quem não tem nada a ver com a história acaba respondendo solidariamente pelos crimes do serial killer de Goiás nos tribunais das ruas.

É preciso investir em mais educação, formar pessoas com capacidade de questionar e de formular um pensamento a partir de uma base e de fontes sólidas.

Vai ser difícil? Sim, porque o pensamento crítico é coisa de “comunista” para essa gente raivosa, que acredita na submissão e na violência como soluções para os problemas sociais.

Em 2022, que o caso Lázaro tenha caído no esquecimento. Mas, não duvido que o cadáver do psicopata seja desenterrado para subir no palanque das forças reacionárias.