A tragédia climática do Rio Grande do Sul não vai parar o negacionismo dos endinheirados que cultuam o desmatamento de reservas florestais, em nome dos seus interesses comerciais.
A tragédia não choca essa gente que só vê mesmo o cifrão diante dos olhos. Não pactuam de forma responsável, não aceitam críticas e nem considerações de respeito ao meio ambiente.
Tanto é assim que está para ser votado por esses dias na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, o PL 3334/23. O projeto permite a redução da reserva legal de 80% para 50% na Amazônia, notadamente em municípios cujos territórios sejam mais da metade ocupados por áreas protegidas.
Isto é, o texto defendido pela bancada do agronegócio autoriza o desmatamento na região, que representa um potencial de desmatamento de pelo menos 28,17 milhões de hectares, que equivale a mais de 281 mil quilômetros quadrados.
Ou seja, uma área bem maior que todo o Estado do Rio Grande Sul.
Não adianta dizer para os parlamentares que o desmatamento da região vai ampliar o aquecimento global, que logo eles rebatem com o argumento de que “isso é coisa de comunista”.
Não aceitam que a defesa do meio ambiente é a defesa da vida. O desmatamento para essa gente é estratégico para a criação de gado de corte e plantios de soja e arroz, que rendem e enriquecem investidores nas bolsas do mercado de capital.
Enquanto os gaúchos sentem o drama e o peso da tormenta, os parlamentares querem votar o projeto desmatamento a partir desta semana.
Enfim, a política predatória ambiental é a bandeira nefasta para atrair novas tragédias climáticas no País.
E o pior: eles têm votos e disposição para fazer o mal em função da dinheirama que lhes atrai.