Na sessão ordinária desta quarta-feira, dia 1º, a Assembleia Legislativa aprovou o projeto de lei nº 538/2021, de autoria do deputado Cabo Bebeto (PTC), que concede ao presidente da República, Jair Bolsonaro, o título de cidadão honorário do Estado de Alagoas. A matéria recebeu o voto contrário do deputado Ronaldo Medeiros (MDB) e a abstenção da deputada Cibele Moura (PSDB).
Na justificativa, o deputado Cabo Bebeto defendeu que o Estado foi bastante lembrado pelo homenageado, apesar das públicas divergências políticas entre Estado e União. Cabo Bebeto lembrou que, somente no período da pandemia, Alagoas recebeu do governo federal um total de 327 respiradores, sendo 190 para uso em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e 137 para uso em transportes.
Outro ponto apresentado pelo parlamentar foi o envio de R$ 700 milhões para ações de combate à Covid-19, destacando, ainda, a suspensão dos pagamentos da dívida pública com a União, de cerca de R$ 18,5 bilhões.
Outras iniciativas do presidente que contemplaram Alagoas foram pontuadas por Cabo Bebeto, como os investimentos em infraestrutura, a exemplo do viaduto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), o entroncamento/duplicação em São Miguel dos Campos, a duplicação da rodovia entre Alagoas e Sergipe – inclusive a ponte de Propriá, além da entrega do Canal do Sertão, obra essencial à população mais carente do Sertão.
Cabo Bebeto
Bolsonarista, o deputado Cabo Bebeto, também contrário ao uso obrigatório de máscaras, questionou em maio do ano passado o número de mortos em Alagoas, em arte aparecendo “pensativo”. Usando, claro, números falsos e incompletos.
ale lembrar: 2020, como mostram os cartórios, foi o ano com mais mortes na história (29% a mais que 2019) e a causa número um de óbitos foi a covid-19, ultrapassando os infartos.
O deputado que se elegeu pelo PSL e hoje está no PTC, também já mandou um recado para o presidente dizendo que “democracia demais vira anarquia”.
Antes, defendeu o uso da hidroxicloroquina e falou que hospitais particulares fazem o tratamento precoce e questionou por que isso também não faz parte dos protocolos dos hospitais públicos. A hidroxicloroquina, no entanto, não serve para covid-19 como mostrou inúmeros estudos.
Cabo Bebeto costuma dizer “o presidente nunca foi contra a compra da vacina”. E meio que recordando de momentos como Bolsonaro vetando compras da Coronavac (aplicada em mais de 75% dos vacinados no Brasil) ou mais de 70 milhões da Pfizer no ano passado, disse que o presidente apenas ‘provas da eficácia antes de efetuar uma grande compra’.
“Isso é responsabilidade com dinheiro público”, disse ele, enquanto hoje o governo corre atrás de vacinas, e mesmo seringas, comprando mais caro do que se tivesse comprado no passado.