26 de junho de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

‘Antes que fosse adulterada’: Bolsonaro não se ajuda e admite que pegou gravação da portaria

O presidente também não deixou claro em qual data pegou as gravações do condomínio

Ele não se ajuda e continua se atropelando pelo que fala. Agora, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) resolveu dizer que pegou as gravações da portaria do seu condomínio Vivendas da Barra, no Rio de Janeiro, e falou ainda em um suposto risco de adulteração do material.

Nesta semana, uma reportagem do Jornal Nacional mostrou o depoimento do porteiro que vinculou o presidente às investigações sobre o assassinato de Marielle Franco (PSOL).

“Agora, eu estava em Brasília, está comprovado. Várias passagens minhas pelo painel eletrônico da Câmara, com registro de presença, na quarta-feira geralmente parlamentar está aqui. Eu estava aqui, não estava lá. E outra, nós pegamos as gravações, antes que fosse adulterado, que tentassem adulterar. Pegamos lá toda a memória da secretária eletrônica que é guardada há mais de anos. A voz não é a minha, não é do ‘seo Jair’. Agora, o que que eu desconfio? Que o porteiro leu sem assinar ou induziram ele a assinar aquilo. Agora quem está por trás disso? Governador, Wilson Witzel”. Jair Bolsonaro, presidente.

O presidente deu as declarações durante entrevista a jornalistas, quando foi retirar uma motocicleta que comprou, em Brasília. Ele não deixou claro por quem ou por qual motivo o conteúdo seria adulterado. Bolsonaro também não deixou claro em qual data pegou as gravações do condomínio.

Na quarta-feira (30), o filho de Bolsonaro, Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), mostrou gravações da portaria do condomínio e não havia registros de ligações do porteiro para seu pai.

Nesta semana, o Jornal Nacional apontou que o porteiro do condomínio de Bolsonaro, em depoimento, disse que um dos suspeitos de assassinar Marielle, Élcio Queiroz, pediu autorização na casa de Jair Bolsonaro para entrar. Após a ligação, ele seguiu para casa do comparsa Ronnie Lessa.

O Ministério Público desmentiu o depoimento do porteiro, em investigação com tempo recorde de apenas duas horas, em uma atropelada investigação. E uma das promotoras, bolsonarista de carteirinha, precisou se afastar do caso.