Até no curral do presidente Jair Bolsonaro (PSL), houve resistência na ideia nepotista de indicar o filho 03, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para posto de embaixador nos Estados Unidos.
Segundo pesquisa da consultoria Atlas Político, cerca de 62,8% dos brasileiros se opõem que o filho do presidente deixe seu mandato de deputado para assumir um cargo na diplomacia brasileira. De maneira surreal, há ainda outros 29,1% que se dizem favoráveis. Alheios, 8,1% não quiseram ou não souberam responder.
Foram 2.000 entrevistados recrutados pela Internet e com dois pontos percentuais de margem de erro, entre o último domingo e segunda-feira, 28 e 29 de julho.
Uma derrota maior é com o tema de exploração de reservas indígenas e ambientais na Amazônia: 81,8% de dizem contra a extração de madeira e minério nas áreas protegidas da floresta, contra apenas 12,9% que se dizem a favor.
Imagem do presidente
Apesar disso tudo, a pesquisa mostra estabilidade para a aprovação de Jair Bolsonaro, que completara 200 dias na presidência. Sua aprovação está em 31%, em comparação aos 30,4% medidos pelo Atlas Político em junho. Já a desaprovação teve um pequeno repique, passando de 37,4% em junho para 39,3% agora.
Pela primeira vez, há empate técnico entre quem tem imagem negativa de Bolsonaro (46,8%) e positiva (46,2%). Vale lembrar que a pesquisa foi realizada antes do mandatário brasileiro ameaçar o presidente da OAB com “informações” sobre o pai do mesmo, desaparecido durante a ditadura brasileira.
Vaza Jato
O Atlas Político também perguntou sobre as publicações do The Intercept com mensagens entre os procuradores da Operação Lava Jato e o então juiz Sergio Moro. O ministro da Justiça, Moro, segue como o político mais popular do país (com 51,1% de imagem positiva), ainda que a imagem negativa tenha tido leve alta (40,8%).
Há um empate entre os que consideram que Moro cometeu abusos no caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (44,4%), condenado por ele, e os que não creem nisso (43,8%). A maioria (55,3%), no entanto, considera que é “incorreto” que um juiz converse de forma privada com uma das partes do processo, como aparece nas mensagens.
Para 45,6%, os jornalistas que divulgaram as mensagens não devem ter nenhum tipo de punição. Ante as insinuações e ameaças do presidente Jair Bolsonaro contra o jornalista Glenn Greenwald, fundador do The Intercept, 47,8% são contra a deportação do jornalista, contra 27,9% que são a favor.