27 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Corrupção

Bolsonaro agora diz que “rachadinha” é prática comum em seu meio

Processo de “rachadinha” com dinheiro público contra Flávio e Carlos Bolsonaro estão parados na justiça do Rio de Janeiro

Jair Bolsonaro agora admite a corrupção da “rachadinha” com o dinheiro público. “É comum”, diz ele.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu a “rachadinha” do dinheiro público como uma prática comum em seu meio. Durante entrevista neste sábado (13) ao canal Cara a Tapa, no Youtube, ele afirmou que o esquema de corrupção conhecido como “rachadinha” – que foi alvo de investigação em gabinetes dos filhos Flávio e Carlos – é “prática meio comum” entre os políticos.

“É uma prática meio comum, concordo contigo. É meio comum. Não só no Legislativo, não. Também no Executivo. Até no outro Poder também. Cargo de comissão, você pode colocar quem você bem entender”, disse o presidente.

A declaração surgiu como mais uma peça para relativizar a corrupção que envolve a própria família dele,  cujo processo de investigação patina na justiça do Rio de Janeiro. No processo constam inclusive as transferências  de cheque de Fabrício Queiroz para Michelle Bolsonaro, a primeira dama.

Bolsonaro disse ainda que “sobra pouca gente” na política que não cometeu rachadinha, mas esquivou-se de falar se participou ou não do esquema de corrupção.

“Não vou falar de mim. Sou suspeito para falar de mim. Você não tem servidor meu falando que, denunciando…”, desconversou.

O presidente ainda fez coro com o amigo, Fabrício Queiroz (PTB-RJ), que seria o operador do esquema no gabinete de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e já afirmou que as rachadinhas seriam feitas para que fosse possível contratar mais gente do que o limite de cargos comissionados permitidos por lei.

“Muitas vezes o cara faz isso para poder pagar mais gente. Você pode ver…Quando cheguei em Brasília, você podia botar até 15 assessores, mais ou menos. O tempo foi passando, até eu sair em 2018, eram 25. Qual a intenção? Evitar isso daí”, afirmou.