27 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Blog da Graça Carvalho

Centro Pesqueiro de Jaraguá: Enfim a luz no fim da vila

Empreendimento de tantas polêmicas deverá colocar a pesca na rota do turismo e do desenvolvimento, nos primeiro dia de maio

O bom destino da Favela de Jaraguá
Novo Centro Pesqueiro – Foto: Pei Fon / Secom Maceió

Dia 6 de maio. É a data marcada pelo prefeito Rui Palmeira para a entrega do Centro Pesqueiro de Jaraguá, aquele mesmo, projetado e propagado fartamente, desde gestões passadas, mas que só começou a ganhar corpo a partir de 2015, após a polêmica remoção das famílias que ocupavam a Vila dos Pescadores – conhecida ao longo da história, como a “Favela de Jaraguá”.

A notícia me alegra, embora com a sensação de que demorooou! Confesso que perdi a referência de quando começou esse processo; quando surgiu o primeiro projeto e o que ele previa, mas, certamente, tem mais de 25 anos.

Lembro de projetos, discussões e ações impulsionadas ainda nos governos Ronaldo Lessa e Kátia Born – que compreendem o período entre 1993 a 2004.

Lembro do deslocamento de mais de 400 famílias – cadastradas em 2007 – para o Residencial Vila dos Pescadores, na Praia da Sobral, ocorrido em 2012, já na gestão Cícero Almeida. E da emoção de alguns que, pela primeira vez na vida, tinha uma habitação concreta para chamar de sua (embora nem tudo tenha sido alegria).

Recordo a polêmica remoção de famílias remanescentes, determinada pela Justiça Federal e cumprida em 2015, já na administração do prefeito Rui Palmeira, com a demolição das moradias precárias da antiga vila de Jaraguá.

Demolição na antiga Vila dos Pescadores: Foto de Arquivo – Secom Maceió

E confesso – cheguei a pensar que o projeto de desenvolvimento urbano prometido para o local havia caído no esquecimento dos administradores.

Na promessa que se desenha, como foi mostrado esta semana: um espaço voltado para a comunidade pesqueira – incluindo toda a cadeia produtiva, desde a produção e conserto de barcos e redes; a pesca; a comercialização e beneficiamento dos pescados – mas também com características de ponto turístico, como acontece em várias outras capitais brasileiras: com um mercado padronizado em critérios de qualidade, fábrica de gelo, estaleiro para os barcos dos pescadores, oficinas de produção e conserto, e depósito para o material de pesca.

E isso inclui os pescadores e marisqueiras da antiga vila, comerciantes que trabalham no atual Mercado do Peixe de Jaraguá e pessoas que executam atividades vinculadas à pesca. E se tudo for feito nos ‘conformes’, todos, certamente terão valor agregado ao seu trabalho, incluindo qualidade de vida. É preciso manter!

A perspectiva é de que sejam gerados cerca de mil empregos.

Se o Centro Pesqueiro vai dá pé? Tomara! Sou dessas que torcem pelo ‘quanto melhor; melhor!’