27 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Maceió

Coletivo: Empresários querem proibir o ‘Uber Juntos’ em Maceió

Empresas acusam a atividade como transporte de passageiros clandestina

As empresas de transporte urbano de passageiros de Maceió já agem com chegada do Uber Juntos, onde usuários do aplicativo podem compartilhar viagens com pontos de embarque e desembarque pre-definidos, no momento em que o usuário faz a solicitação.

O modelo já existe em São Paulo, Rio de Janeiro e Niterói, mas as empresas acusam a atividade como transporte de passageiros clandestina, assim como os táxis lotações, que são proibidos pela prefeitura de Maceió. Esta categoria da Uber compete diretamente com o transporte coletivo e pode trazer impacto para o equilíbrio econômico financeiro das empresas.

O Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros (Sinturb) enviou a Superintendência Municipal de Transporte e Transito um ofício onde pede a proibição da categoria. O documento foi entregue na manhã desta segunda-feira (10), na sede do órgão.

“A nossa preocupação é que a categoria piore ainda mais o quadro de transporte irregular na capital, como atualmente é registado com a atuação dos clandestinos. É preciso lembrar também que empresas de ônibus da capital cumprem com as obrigações, impostos e são responsáveis por mais de 4 mil postos de trabalho, além de garantir benefícios de gratuitidade previstos na lei, diferente desse tipo de transporte por aplicativo e clandestinos”.

O texto é assinado por Guilherme Borges, Presidente do Sinturb. As empresas de transporte de todo Brasil, foram aconselhadas pela Associação Nacional de Transportes – NTU, a anunciar a ameaça ao setor ao poder executivo de cada cidade.

Uber em Maceió

Prefeitura de Maceió publicou no Diário Oficial em setembro o Projeto de Lei que regulamenta o transporte remunerado de passageiros por aplicativo, como 99 e Uber. O que mais chamava a atenção é uma cobrança de 2% do valor da corrida, referente ao Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN).

Já em vigor, os motoristas de aplicativo precisam, em Maceió, assegurar a contratação e manutenção de seguro de Acidentes Pessoais a Passageiros, com apólice no valor individual de no mínimo R$ 50 mil.

A lei surgiu quase um ano depois do Senado aprovar uma série de medidas favoráveis à categoria. Entre elas veta à placa vermelha, obrigatoriedade do motorista ser dono do veículo, o poder público ter que autorizar os serviços e restrição de que motoristas atuem apenas em seu município.

O Uber foi autorizado em Maceió, apesar de amplamente utilizado por usuários, em setembro de 2017, seguindo liminar de abril deste ano autorizando o mesmo. Antes, a própria justiça havia proibido o uso do aplicativo no final de 2016.

Em seu início, principalmente com os taxistas, houve muita indignação por parte dos meios já estabelecidos e acreditavam que  Uber era uma concorrência desleal. Em todo Brasil, notícias de motoristas do aplicativo serem agredidos ou passageiros intimidados eram comum. Desde então, o Uber chegou e se estabeleceu.

Arquivo

Coletivos

Em janeiro do ano passado, há quase um ano, os empresários dos coletivos de Maceió, discutiram a situação dos ônibus urbanos com integrantes do órgão público e a necessidade de reajustar o valor da passagem.

O argumento das empresas é de que com a concorrência de aplicativos de transporte, menos passageiros utilizam os coletivos e empresas chegam a registrar prejuízo mensal superior a 1 milhão de reais. Só a empresa Viação Veleiro apontou um prejuízo de R$ 25 milhões entre os anos de 2016 e 2017 na capital.

Curioso que eles ainda precisarão colocar wi-firetirar anúncios no outbus e oferecer viagem gratuita durante a eleição.