Humberto Martins, atual presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), é no momento o nome mais forte para ser a indicação do presidente Jair Bolsonaro para ocupar a vaga de Marco Aurélio Mello no STF, que deve se aposentar no mês de junho.
E para fazer um agrado ao seu presidente, que já prometeu um “ministro terrivelmente evangélico”, o adventista Martins decidiu nesta segunda-feira (26) autorizar a retomada da construção do Museu Nacional da Bíblia, em Brasília.
Martins tem voto de confiança do filho 01 do presidente, o senador Flávio Bolsonaro, que ainda poderia defender a indicação de André Mendonça, atual advogado-geral da União,. O critério, claro, vem sendo a evangelização.
As obras do Museu Nacional da Bíblia, por exemplo, foram contestadas em uma ação civil pública movida pela Atea (Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos), que alegou que o museu fere o princípio da laicidade do Estado e expõe uma intervenção estatal em matéria religiosa.
Quando o caso chegou ao STJ, o ministro Martins disse que “fomentar a cultura configura dever estatal de suma importância para o desenvolvimento da sociedade concatenada com sua história, com seus costumes e sua identidade”.
Por fora
A indicação de André Mendonça para o STF (Supremo Tribunal Federal) passou a enfrentar maior resistência, em especial no Congresso Nacional.
Parlamentares da base de apoio de Jair Bolsonaro não veriam nele personalidade para resistir a pressões em caso de julgamentos impopulares na Corte, como os que envolvem personagens políticos.
Um dos focos de resistência é o grupo do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), segundo Mônica Bergamo, jornalista e colunista da UOL. Mas Mendonça vem tentando:
“Cristãos estão dispostos a morrer para garantir a liberdade de religião e culto”.
A frase acima foi dita pelo advogado-geral da União, André Mendonça, durante julgamento do STF, nesta quarta (7), que avalia se templos religiosos devem ficar abertos neste momento. E diante do argumento fatalista, digno dos piores momentos da Idade Média, já deve ser óbvio que a resposta é não.
Afirmando que “todo cristão sabe e reconhece os riscos e perigos dessa doença terrível e todo cristão sabe que precisa tomar cuidados e cautelas diante dessa enfermidade”, entrou em alta contradição ao citar a bíblia
“Pois onde se reunirem dois ou três em meu nome, ali eu estou no meio deles”. Mendonça, citando a Bíblia.
André Mendonça, rebaixado do ministério da Justiça para ser novamente o advogado-geral da União, mostrou no STF que segue sendo completamente subserviente ao seu lord, o presidente Jair Bolsonaro.