13 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Mundo

Decreto de ‘emergência climática’: Mais de 11 mil cientistas fazem novo alerta

Estudo expõe com clareza o grande desafio de reduzir as emissões dos gases causadores do efeito estufa

Um novo estudo, publicado na terça-feira pela revista acadêmica Bioscience e realizado por 11.258 cientistas das mais variadas disciplinas, em 153 países, alerta que o planeta “enfrenta uma emergência climática clara e inequívoca”, e delineia seis objetivos amplos de política pública que precisam ser atingidos para enfrenta-la.

O relatório se afasta consideravelmente das avaliações científicas mais recentes sobre o aquecimento global, como a do Painel Intergovernamental sobre a Mudança do Clima (IPCC, na sigla em inglês), por expressar suas conclusões como certezas e por recomendar políticas.

O estudo “Alerta dos Cientistas Mundiais sobre a Emergência Climática” representa a primeira ocasião em que um grande grupo de cientistas apoiou formalmente a classificação como “emergência” da mudança no clima, que o estudo aponta ser causada por muitas tendências humanas que, somadas, elevam as emissões dos gases causadores do efeito estufa.

O estudo expõe com clareza o grande desafio de reduzir as emissões dos gases causadores do efeito estufa.

“A despeito de 40 anos de negociações sobre o clima, nós, com poucas exceções, estamos nos comportando como se nada tivesse mudado, e fracassamos, de modo geral, em enfrentar esse problema”. Trecho do estudo.

As conclusões são embasadas por um conjunto de indicadores fáceis de compreender que mostram a influência humana sobre o clima, como 40 anos de dados sobre emissões de gases causadores do efeito estufa, estatísticas de crescimento populacional. produção per capita de carne, perda mundial de cobertura por árvores, bem como as consequências disso tudo, como as tendências mundiais de temperatura e o teor de calor no oceano.

Mudanças

Medidas para mudar o atual cenário podem incluir políticas que reforcem os direitos humanos, especialmente os das mulheres e meninas, e que tornem serviços de planejamento familiar “disponíveis para todos”.

Quanto à energia, o estudo apela pela “implementação de um grande programas de eficiência energética e práticas de conservação”, e pela eliminação do consumo de combustíveis fósseis em favor de fontes renováveis de energia, uma tendência que segundo o relatório não está avançando tão rápido quanto deveria.

Além disso, a pesquisa também pede que os recursos restantes de combustível fóssil, como carvão e petróleo, não sejam extraídos ou queimados para gerar energia, o que representa um dos objetivos essenciais de muitos ativistas do clima.

Maria Abate, signatária do alerta dos cientistas e professora de biologia no Simmons College, de Boston, diz que espera que o trabalho conscientize o planeta.