27 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
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É retrocesso atrás de retrocesso: matar mulheres é lutar pela vida?

A Bíblia é clara. No livro de Deuteronômio, capítulo 22, versículos 23 e 24, a “Lei de Deus” condena à morte a mulher que for estuprada na cidade e não gritar alto o suficiente para ser socorrida.

Aquela que for estuprada na zona rural está livre de ser condenada pelo “crime” de ser vítima de violência sexual.

Bárbaro, não? Mas, graças a uma tal de Bancada Evangélica, estamos prestes a ver o estupro ser realçado à condição de um ato nobre, gerador de vida.

O Senado ressuscitou a PEC do ex-senador Magno Malta que impede o aborto no país, sob quaisquer circunstâncias. Foi um massacre: 61 votos a 8.

É de uma violência sem tamanho apenas cogitar esta discussão. Imagine levar esta excrescência à frente.

Além de romantizar o estupro, mulheres serão condenadas à morte caso tenham gravidez de alto risco. No caso de bebês sem cérebro, estas terão que carregar um defunto na barriga durante a gestação, aguardando apenas o parto para que o rebento seja atirado numa lixeira.

O maldito projeto recebe o nome de “PEC da Vida”, mas reflete apenas o desejo mórbido de radicais conservadores em nome de um deus sádico e cruel, que se regozija com a expiação humana.