27 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Ministra Rosa Weber libera orçamento secreto para aliados do governo

Com a decisão, parlamentares aliados de Bolsonaro terão à disposição já a partir deste fim de ano R$ 16 bilhões

O Bolsolão agora está liberado pela ministra Rosa Weber

A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), liberou, nesta segunda-feira, 6, a retomada da execução das emendas de relator, o chamado “orçamento secreto”.

O orçamento secreto é conhecido no Congresso como o “Bolsolão” de Jair Bolsonaro. Os recursos na ordem de R$ 16 bilhões, controlados pelo presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL) são utilizados para pagar congressistas e líderes políticos nos Estados e municípios aliados do governo.
Na decisão, a magistrada destacou que devem ser observadas as regras do ato conjunto aprovado pelo Congresso Nacional na última semana para dar transparência aos repasses.
“Ante o exposto, acolho o pedido formulado pelos Senhores Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, “ad referendum” do Plenário desta Corte – e para tanto estou a solicitar, nesta mesma data, ao Presidente do STF, a inclusão desta ADPF em sessão virtual extraordinária -, para afastar a suspensão determinada pelo item “c” da decisão cautelar anteriormente proferida, autorizando, dessa forma, a continuidade da execução das despesas classificadas sob o indicador RP 9, devendo ser observadas, para tanto, no que couber, as regras do Ato Conjunto das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal nº 1, de 2021, e a Resolução nº 2/2021-CN. À Secretaria Judiciária. Publique-se. Intime-se, com urgência”, diz a decisão da ministra.
Em novembro, Weber foi autora do relatório que suspendeu as chamadas emendas de relator e, posteriormente, com os outros magistrados. Seguindo a magistrada, o STF manteve a suspensão do orçamento secreto por meio das emendas de relator. O placar final foi de 8 votos a 2. No pedido de desbloqueio feito ao Supremo, os presidentes da Câmara e do Senado argumentam que a suspensão das emendas representava “potencial risco à continuidade dos serviços públicos essenciais à população, especialmente nas áreas voltadas à saúde e educação”.