Nas primeiras horas da manhã desta terça-feira (23), a operação Replay, desencadeada pelo Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE/AL) e pela Promotoria de Justiça de Girau do Ponciano, resultou em duas prisões e três mandados de busca e apreensão cumpridos, com farta documentação apreendida.
O empresário Luciano Lima Lopes e o ex-chefe do setor de transporte da prefeitura daquele município, André Firmino de Farias, são acusados de integrar uma organização criminosa que fraudava licitações com o propósito de desviar recursos públicos.
O proprietário da LLMar Locação de Veículos e Máquinas (Luciano Lima Lopes e Cia – ME), e o ex-chefe do setor de transporte de Girau do Ponciano foram presos por volta das 6h da manhã de hoje, nas cidades de Maceió e Teotônio Vilela, respectivamente. Eles não reagiram a prisão e estão na sede do Gaeco para prestar depoimento.
A dupla é acusada de integrar a mesma organização criminosa comandada pelo ex-prefeito de Girau, Fábio Rangel Nunes de Oliveira, que causou prejuízos ao erário por meio da falsa contratação de locação de veículos, entre os anos de 2013 e 2016. A empresa LLmar Locação de Veículos e Máquinas foi escolhida através de atas de adesão, mesmo tendo apenas cinco veículos à época.
De acordo com as investigações, desde quando assumiu o mandato de prefeito, Fábio Rangel montou esse esquema de recebimento de propinas dentro da administração pública. Em apenas um dos contratos, que teve vigência entre os meses de agosto e dezembro de 2013, o valor estimado foi de R$ 1.428.154,80.
Na semana passada, Promotor de justiça Rodrigo Soares, bloqueou os bens do ex-prefeito de Girau de Ponciano, Fábio Rangel Nunes de Oliveira, e de mais sete pessoas e duas empresas, no valor de cerca de R$ 5 milhões. Todos são acusados de desviar dinheiro público por meio de licitações fraudadas para suposta aquisição de medicamentos.
Segundo Rodrigo Soares, somando o total de valores repassados à LLMar nesse período, o montante ultrapassa os R$ 20 milhões. “Estamos investigando quanto, efetivamente, desse valor é fruto da corrupção. Porém, podemos assegurar que daria para comprar 700 carros populares O KM para servirem de frota para o município”, explicou ele.
Os pedidos
Para o Gaeco e a Promotoria de Justiça de Girau do Ponciano havia a necessidade da medida cautelar de busca e apreensão para que pudessem ser recolhidos documentos, equipamentos e bens adquiridos em razão do cometido dos mais variados crimes.
A operação recebeu este nome porque os acusados são reincidentes na mesma prática criminosa. Ou seja, a ação de hoje do Ministério Público é um replay, apenas está se repetindo em razão dos acusados serem pessoas já conhecidas de investigações passadas do Gaeco.
Retirar esses e tantos outros bandidos desse quilate da lama da corrupção que se instalou no país, vai demorar alguns anos e tudo dependerá do êxito das ações anticorrupção que começaram a se instalar.
Mas sem educação de nada adiantará