Há 9 meses o País assiste quieto e silente as tentativas de engavetamento do processo de cassação do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Cunha é processado como o chefe de uma quadrilha parlamentar que estocou dinheiro em bancos suíços, desviados dos cofres públicos.
Mas, nesse tempo, o parlamentar, ex-presidente da Câmara dos Deputados, vem sendo protegido pelo seu principal parceiro Michel Temer, Presidente interino da República, com medo de uma delação premiada de Cunha, que poderá envolvê-lo ainda mais no mar de lama em que está metido.
O presidente foi denunciado recentemente pela Odebrechet de ter recebido, em pleno Palácio do Jaburu, uma propina de R$ 10 milhões em dinheiro vivo.
Só nesta segunda-feira, 08, é que a mesa da Câmara conseguiu fazer a leitura em plenário do relatório do Conselho de Ética que pede a cassação do deputado carioca. O fez em uma sessão vazia, com pouquíssimos deputados presentes e com o Brasil vivendo as emoções e as decepções das Olimpíadas.
A representação contra ele foi apresentada em outubro do ano passado pelo PSOL e Rede. De lá para cá, as manobras foram tantas para livrar o corrupto que o conselho só conseguiu votar o processo em 14 de junho.
Mas, para entrar na ordem do dia, agora, o processo aguardará mais duas sessões plenárias. Depois disso ficará à disposição do presidente da casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ) para ser votado. Para que Cunha sofra a perda do mandato serão necessários 257 votos a favor.
Considerando que todos estão voltados para os jogos Olímpicos, quem sabe Eduardo Cunha não ganhe livremente uma medalha dos patrióticos parlamentares brasileiros?
s