27 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
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Promotor que havia esquecido impedimento se retira da RJ das empresas de Collor

Depois da repercussão da última postagem deste blog e da pressão da categoria, o promotor de Justiça Wladimir Bessa lembrou-se que, em 2019, declarou-se impedido de atuar no processo de Recuperação Judicial das empresas de Collor porque tinha familiares trabalhando na Gazeta. Com isso, adotou a honrosa postura de se retirar da ação.

Há poucos dias, ainda acometido pelo lapso de memória, que atribuiu ao grande volume de páginas do processo e a um “equívoco”, ele assinou parecer favorável à proposta de negociação da empresa com a classe trabalhista da RJ. Com a saída da causa, pediu também que o teor da manifestação fosse desconsiderado pela Justiça alagoana.

Veja:

Reprodução

O juiz Gilvan Santana havia emitido uma decisão dizendo que não havia motivos para anular a assembleia de credores. No entanto, sugeriu que a empresa apresentasse um novo plano de recuperação judicial com condições melhores para a classe trabalhista ou ele não homologaria o plano. A OAM queria pagar 12 salários mínimos a todos os credores trabalhistas, em dez suaves parcelas. Para alguns ex-funcionários das empresas de Collor, isso representaria 99% de deságio.

Após a pressão da Justiça, o novo plano apresentado pela OAM prevê a retirada de juros e multas, permitindo até 50% de deságio no que sobrar de valores a receber. A empresa pagaria uma entrada – que varia de R$ 42 mil a R$ 45 mil – e dividiria o saldo devedor em 3 ou 4 anos, a depender da opção feita pelo credor.

Da classe trabalhista, os jornalistas já avisaram que não aceitam a proposta e nem que haja aprovação sem a realização da assembleia de credores. Com a confusão do Ministério Público Estadual, as empresas de Collor ganharam um pouco mais de tempo para respirar. E os trabalhadores mais dias de angústia para receberem os valores que lhes são de direito.