Sociedade quer a morte do negro drogadito, mas bebe vinho com os barões da coca. 

A sociedade organizada não se toca e o mundo dos poderosos segue em frente, atropelando a razão, a ética, a justiça e ainda debochando da maioria do povo brasileiro recheada de escandalosos privilégios.

O cidadão comum comete um delito e a força da lei lhe pega sem pena. O ladrão de galinha ou de bananas vai para o xadrez. Só que antes os senhores representantes da mesma lei o tratam a botinadas e cassetetes, às vistas de muita gente que defende, no ato, a pena de morte no caso.

Mas, essa “valentia” não se vê com os poderosos. Nem a indignação tradicional – “patriota” ou coisa parecida – é vista quando os delitos são praticados pelos representantes de determinadas “castas” nacionais.

Não é falácia. É fato.

Basta perceber que o desembargador Cândido Ribeiro, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), em Brasília, foi contemplado com a aposentadoria por invalidez,  publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira, 2 de maio.

Ribeiro foi alvo de operação da Polícia Federal, em 2021, por suspeita de vender sentenças a traficantes internacionais de drogas. Além dele, um filho advogado foi acusado pela PF.

Ora, venda de sentenças a traficantes internacionais de drogas. A PF investiga e encaminha o fato à justiça. A decisão primeira é afastá-lo do cargo e em seguida “condená-lo” a aposentadoria, livre, leve e rentável.

Mas é assim. É o “modus operandi” que já se perpetuou no meio. Não foi o primeiro caso e, certamente, não será o último.

Essas “excelências”, talvez consigam mais na frente ser senador, deputado federal e até governador, com a devida complacência dessa sociedade que quer a morte do negro  drogadito, mas bebe vinho com os barões da coca. E não é cola.

Enfim, o real nesse País estranho, onde as mentes atrofiadas se acham e se expõem nas redes sociais, um fato se evidencia cada dia mais aos olhos nus: Por aqui, as elites se protegem.

Quem for das “castas” inferiores que prepare o lombo.