27 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Barroso ironiza críticas às urnas eletrônicas e diz que abstenção foi maior que o desejável

Presidente do TSE diz que nunca foram apresentados indícios contra o sistema brasileiro

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Luís Roberto Barroso, participa de entrevista coletiva sobre o segundo turno das eleições municipais 2020

O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou na noite deste domingo (29) que a realização das eleições em meio à pandemia do coronavírus foi positiva e reafirmou que não há risco de fraude às urnas eletrônicas.

O magistrado não citou o presidente Jair Bolsonaro, que voltou a questionar o sistema eleitoral neste domingo, mas ironizou quem contesta a tecnologia usada no Brasil e disse que nunca foi comprovada qualquer fragilidade nas urnas.

“Quem não quer entender não tem remédio na farmacologia jurídica para resolver”. Luís Roberto Barroso, ministro do TSE.

Barroso disse que, “para além da retórica sobre a qual ninguém tem controle”, jamais foram apresentados indícios contra o sistema brasileiro.

Os problemas de atraso ocorridos na totalização de votos no primeiro turno, no dia 15, não se repetiram no segundo turno. Às 20h, os computadores do tribunal contabilizavam 99,81% das seções de votação totalizadas.

Abstenção

Ainda segundo o presidente do TSE, a abstenção dos eleitores no segundo turno das eleições municipais foi maior que o desejável pela Justiça Eleitoral.

Durante a apresentação do balanço das eleições, Barroso afirmou que a pandemia da covid-19 fez com que parte do eleitorado deixasse de comparecer às urnas por medo de contaminação pelo novo coronavírus.

Com 100% das seções eleitorais apuradas, a abstenção dos eleitores foi de 29,50%, equivalente a 11,1 milhões de pessoas. Nas eleições de 2018, 2016 e 2014, o índice de eleitores faltosos ficou em torno de 21%.

Na avaliação do presidente, embora a abstenção tenha sido maior que o desejado, a realização das eleições em meio à pandemia, com a participação de 70,50% dos eleitores, merece ser celebrada.

“É um número maior do que nós desejaríamos, mas é preciso ter em conta que nós realizamos eleições em meio à uma pandemia, que já consumiu 170 mil vidas, e que muitas pessoas, com o compreensível temor de comparecem às urnas, deixaram de votar. Muitas por estarem com a doença, muitos por estarem com sintomas e muitas por estarem com medo”. Luís Roberto Barroso.

De acordo com o balanço final das eleições, houve 3,89% (1 milhão) de votos brancos e 8.81% (2,3 milhões) de votos nulos.