7 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Bolsonaro: Novo procurador geral da República será anunciado na quinta

Presidente adianta que será do sexo masculino. Um dos favoritos é apadrinhado por Flávio Bolsonaro

Um dos favoritos a assumir o cargo é apadrinhado de Flávio Bolsonaro, investigado no extingo Coaf

O anúncio do nome indicado para assumir o comando da Procuradoria-Geral da República deve ser feito nessa quinta-feira (5), como confirmou o presidente Jair Bolsonaro, nesta terça (3). Logo depois, o indicado precisará ser sabatinado e aprovado em votação no Senado.

O escolhido sairá do “bolo” de candidatos que o visitaram nas últimas semanas, mas, em conversa com a Folha, não quis adiantar o nome, mas sinalizou que será homem.

“Tem que tirar nota 7 em tudo e ser alinhado comigo. E vai “apanhar”, apenas por ter sido escolhido por mim”. Jair Bolsonaro, presidente.

Bolsonaro ao menos descartou ainda indicar o subprocurador da República Alcides Martins, vice-presidente do CSMPF (Conselho Superior do Ministério Público Federal), que pode assumir interinamente após 17 de setembro, quando termina o mandato da atual chefe da PGR, Raquel Dodge.

Até agora, Bolsonaro recebeu pelo menos oito candidatos. Visitaram o presidente a atual PGR, Raquel Dodge, os subprocuradores-gerais Augusto Aras, Antonio Carlos Simões Soares, Paulo Gonet, Marcelo Rebello, Bonifácio Andrada e Mário Bonsaglia, este último integrante da lista tríplice da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República), além do procurador-regional Lauro Cardoso.

Dodge não deve mais continuar no cargo, que assumiu após a saída de Rodrigo Janot

O presidente já declarou que não se comprometeu a escolher um dos nomes da lista tríplice. Os outros dois nomes são Luiza Frischeisen e Blal Dalloul. Pela Constituição Federal, o presidente não é obrigado a indicar um dos nomes da lista tríplice, mas essa tem sido a tradição desde 2003.

Bolsonaro tem dito que quer um nome que não seja próximo do ex-procurador-geral Rodrigo Janot e que não mantenha em sua equipe a procuradora federal dos Direitos do Cidadão Deborah Duprat, que tem questionado medidas da atual gestão.

Segundo ele, o posto de procurador-geral da República é hoje o segundo mais importante do governo federal. O Ministério Público Federal, no entanto, é independente e não faz parte do Poder Executivo, apesar de ser prerrogativa do presidente indicar o chefe da estrutura.

​Em entrevista coletiva, depois de falar à Folha, Bolsonaro afirmou que o posto de procurador-geral da República é hoje o segundo mais importante do governo federal. O Ministério Público Federal, no entanto, é independente e não faz parte do Poder Executivo, apesar de ser prerrogativa do presidente indicar o chefe da estrutura.

“Burocracia é um embuste”

Um dos favoritos a assumir o cargo, o subprocurador da República Antonio Carlos Simões Martins Soares, 68, já chamou a democracia de “um verdadeiro embuste” e disse que a maioria dos meios de comunicação só a defende “mais por interesses próprios do que por convicção ideológica”.

Ele é apadrinhado por Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e pelo advogado do senador, Frederick Wassef. Depois de flagrado no esquema de corrupção milionário, operado por Fabrício Queiroz, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, o atual senador Flávio Bolsonaro (PSL), filho do presidente da República, chega muito próximo de escolher o futuro Procurador Geral da República.

Além disso, nesta segunda (2), o presidente chegou a declarar que o Ministério Público (MP) comete abusos e se declarou uma vítima do MP.

“Deixo bem claro. O Ministério Público, em muitas oportunidades, abusa. Abusa. Eu sou uma vítima disso. Respondi tantos processos no Supremo por abuso de autoridade. Isso não pode acontecer”. Jair Bolsonaro