30 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Caindo nas pesquisas, Bolsonaro proíbe clima de “já ganhou”

Candidato do PSL impôs “lei do silêncio” a aliados

Depois de ter declarado na semana passada que está com “uma mão na faixa”, o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) determinou que seus aliados mantenham o silêncio na reta final da campanha.

Ele quer que o clima de “já ganhou” não contamine seus eleitores e que, principalmente, seus apoiadores parem de falar besteira. Em uma semana, a diferença entre ele e Haddad (PT) caiu de 18 para 12 pontos, nas intenções de voto, no período de uma semana

Nenhum de seus auxiliares poderá falar nada sobre o que será feito após a votação deste domingo (28) em caso de vitória. Transição de governo ou nomes de possíveis ministros estão entre os assuntos proibidos. Seu vice, General Mourão, que propôs fim do 13º, e Paulo Guedes, economista que falou em volta da CPMF, tem a ordem de não dar entrevistas.

O deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), já anunciado como ministro da Casa Civil do eventual governo Bolsonaro, se negou a comentar sobre os dias seguintes à eleição. “Só uma mão na faixa não resolve nada”.

Até mesmo seus dois filhos de Bolsonaro, que disputaram eleições esse ano, o deputado estadual Flávio (PSL-RJ), eleito senador, e o federal Eduardo (PSL-SP), reeleito para o cargo com a maior votação da história, vão ficar de bico calado.

O primeiro é muito ativo no Twitter e é fã de polemizar com fake news. Não menos o segundo, que teria sido um dos motivos da queda de seu pai na pesquisa: a declaração de que pra fechar o TSE, não é preciso muito. “Basta um soldado e um cabo”.

O presidente eleito terá direito a pedir ao governo federal equipe de seguranças e a nomear 50 assessores para cargos comissionados no processo de transição.